Alimentos aceleram inflação em dezembro
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Carnes, óleo e café foram os itens que mais sofrem alta nos preços
A alta inflacionária registrada em dezembro de 2024 trouxe impactos significativos para quase todas as faixas de renda no Brasil, com exceção das famílias de alta renda. De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as famílias de renda muito baixa enfrentaram um aumento de inflação de 0,26% em novembro para 0,48% em dezembro. Esse salto foi impulsionado principalmente pelos grupos de alimentos e bebidas e transportes.
No acumulado de 2024, a inflação para as famílias de renda mais baixa chegou a 5%, em contraste com 4,4% para as famílias de renda alta. Comparando com 2023, observou-se uma aceleração da inflação nas quatro primeiras faixas de renda, enquanto as faixas de renda média alta e alta apresentaram desaceleração. O impacto da alta dos alimentos foi mais severo nas classes de renda mais baixa, por conta do maior percentual desse gasto em seus orçamentos.
Os alimentos no domicílio foram um dos principais fatores que puxaram a inflação em dezembro, apesar das deflações em alguns itens como cereais, tubérculos e leite e derivados. As fortes altas nas proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos (2,2%), além dos reajustes no óleo de soja (5,1%) e café (5%), foram determinantes para o aumento inflacionário das classes mais vulneráveis.
No período de 12 meses, os grupos que mais pressionaram a inflação foram alimentos e bebidas, saúde e cuidados pessoais, e transportes. Entre os alimentos, os aumentos mais significativos ocorreram em itens básicos da cesta de consumo, como arroz (8,2%), carnes (20,8%), e óleo de soja (29,2%). Em saúde, os produtos farmacêuticos e serviços de saúde apresentaram as maiores altas, enquanto no grupo transportes, as tarifas de metrô e transporte por aplicativo, bem como os combustíveis, contribuíram para a pressão inflacionária.