Alerta para um cérebro saudável
Sintomas sutis podem ser atribuídos ao envelhecimento natural, mas podem esconder doenças
Responsável por comandar pensamentos, emoções e todas as funções do corpo, o cérebro é um órgão essencial — mas muitas vezes negligenciado. No Dia Mundial do Cérebro, celebrado em 22 de julho, especialistas reforçam a importância de reconhecer sinais que podem indicar o início de doenças neurológicas. Pequenas mudanças no comportamento, na memória ou na forma de se comunicar podem parecer inofensivas, mas merecem atenção quando começam a interferir na rotina.
Segundo o neurocirurgião Hugo Sterman Neto, é comum que ocorram alterações cognitivas com o envelhecimento. No entanto, quando essas mudanças passam a afetar tarefas cotidianas ou a gerar preocupação entre familiares, é hora de procurar ajuda especializada. Entre os principais sinais de alerta estão a dificuldade de lembrar eventos recentes, desorientação no tempo e espaço, problemas com vocabulário e até mudanças de humor e personalidade, como apatia e irritabilidade.
Esses sintomas podem estar associados a doenças neurodegenerativas como Alzheimer, demência vascular e Parkinson. O problema é que, em muitos casos, os sinais iniciais são sutis e acabam sendo atribuídos ao envelhecimento natural. “Acredita-se que as alterações no cérebro comecem anos antes do aparecimento clínico dos sintomas, mas ainda não temos formas de diagnóstico eficaz nessa fase inicial. Com o avanço dos estudos, essa realidade deve mudar em breve”, destaca Sterman.
Além da predisposição genética, o estilo de vida tem grande impacto na saúde cerebral. Hábitos como sono de má qualidade, estresse crônico, sedentarismo, alimentação desequilibrada e isolamento social elevam os riscos de comprometimento cognitivo ao longo dos anos. Por outro lado, manter uma rotina com exercícios físicos, boa alimentação, interação social e estímulos mentais — como leitura, música e jogos — ajuda a fortalecer o cérebro e construir uma reserva cognitiva que protege o órgão do desgaste.
O diagnóstico precoce, mesmo quando não há cura, faz diferença no controle da progressão das doenças e na preservação da autonomia da pessoa. Por isso, o ideal é buscar avaliação neurológica sempre que sintomas como esquecimentos frequentes, desorientação ou mudanças de comportamento se tornarem recorrentes. Reconhecer esses sinais a tempo pode ser o primeiro passo para garantir mais saúde e qualidade de vida no presente — e no futuro.
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