quarta-feira, outubro 22, 2025
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Crédito caro pressiona orçamentos, mas brasilienses reduzem atrasos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Especialistas aconselham manter o equilíbrio entre consumo e endividamento

O número de famílias endividadas no Distrito Federal voltou a crescer e atingiu 74,1% em setembro, o que equivale a cerca de 793 mil lares com algum tipo de dívida. Desde março, o índice vem registrando alta contínua, refletindo o impacto do crédito caro e da inflação elevada, que pressionam o orçamento das famílias. O aumento segue a tendência nacional observada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que aponta uma retomada do consumo, mas com custos financeiros ainda altos.

Apesar do avanço no endividamento, os dados da CNC mostram sinais de alívio no quadro geral. O número de famílias com contas em atraso caiu 3,7 mil em relação a agosto, e o comprometimento médio da renda com dívidas recuou de 22,4% para 22,1%. A diminuição, ainda que discreta, indica que mais consumidores estão conseguindo organizar seus pagamentos e evitar o atraso nas obrigações financeiras, o que contribui para a retomada gradual da confiança econômica.

Outro dado positivo é a queda no percentual de famílias que afirmam não ter condições de quitar seus débitos, que passou de 17,8% para 17,2%. De acordo com especialistas, esse movimento reflete uma melhora na capacidade de pagamento, impulsionada pela estabilidade do mercado de trabalho e pelo aumento da renda média no Distrito Federal. O cenário reforça a importância de políticas que estimulem o crédito responsável e o planejamento financeiro doméstico.

Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o momento ainda inspira cautela. Ele destaca que, embora o endividamento siga alto, o Distrito Federal está longe de enfrentar um colapso financeiro. Segundo ele, o principal desafio agora é manter o equilíbrio entre consumo e endividamento, evitando novos compromissos em um contexto de juros elevados. “O ideal é aproveitar a melhora na renda para ajustar as contas e não ampliar dívidas desnecessárias”, alerta Freire.