quinta-feira, setembro 19, 2024
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Faturamento no comércio eletrônico cresce 225% 

Foto: jcomp/freepik

Nos últimos três anos, número de empresas que atuam apenas on-line cresceu 79,2%

Nos últimos anos, o comércio brasileiro tem demonstrado uma recuperação notável, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia de 2020. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), baseada nos dados recentes da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor tem se reerguido gradualmente. Em 2022, o número de estabelecimentos comerciais operando no país voltou aos níveis de 2019, totalizando 1,62 milhão de unidades.

Embora o varejo tradicional e o setor automotivo ainda não tenham se recuperado completamente, com uma diminuição de 247 mil e 14 mil pontos de venda, respectivamente, o comércio eletrônico e o atacarejo têm se destacado como áreas de crescimento robusto. Entre 2019 e 2022, o número de empresas atuando exclusivamente on-line cresceu 79,2%, refletindo uma mudança significativa no comportamento de consumo dos brasileiros. Nesse período, o faturamento nominal do comércio eletrônicono Brasil disparou, registrando um aumento de 225%.

José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, comentou sobre essa recuperação: “O comércio foi severamente impactado pela pandemia, mas estamos observando uma recuperação gradual, especialmente no setor atacadista”. O crescimento de 177% na abertura de novas empresas atacadistas em comparação a 2019 tem sido crucial para essa recuperação.

A digitalização e a popularidade crescente do atacarejo, que combina elementos de atacado e varejo com preços competitivos para compras em grandes quantidades, resultaram em um aumento de 68% na receita operacional líquida do comércio atacadista entre 2019 e 2022. Pela primeira vez desde 2007, o atacado se tornou a principal modalidade de comércio no Brasil.

Além disso, 2022 marcou uma recuperação significativa na empregabilidade do setor, atingindo 1,034 milhão de trabalhadores formalmente registrados, o maior número desde 2014. A remuneração média mensal no setor também aumentou, alcançando dois salários mínimos, refletindo um ganho real em relação à inflação, visto que o salário médio cresceu 246% em 15 anos, enquanto a inflação subiu 148% no mesmo período.

Desafios

Apesar das boas notícias, o comércio brasileiro ainda enfrenta desafios significativos. A crise econômica de 2015-2016 e a pandemia resultaram em uma redução considerável no número de pontos de venda. Em 2020, o país tinha 112 mil empresas a menos em operação, uma queda de 7% em comparação ao ano anterior. Adicionalmente, a desvalorização do real e o aumento dos preços dos combustíveis são fatores que podem impactar negativamente as expectativas de crescimento para o próximo ano.

A retomada das vendas e a melhora na empregabilidade são sinais encorajadores, mas o comércio brasileiro precisará continuar se adaptando às mudanças estruturais e aos desafios econômicos para sustentar o ritmo de crescimento observado em 2022.