quinta-feira, junho 12, 2025
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Alerta: seca aumenta riscos de ataques de abelhas 

Manipulação incorreta de colmeias e extração de ferrão com utensílios imprópriopodem agravar acidentes

Embora sejam animais indispensáveis para o equilíbrio ecológico do planeta, as abelhas devem ser consideradas como animais de risco e que podem causar acidentes graves, isso porque algumas espécies possuem ferrão e veneno. E com a chegada do tempo seco, as queimadas fazem com que as abelhas procurem abrigo nas áreas urbanas, o que as deixam irritadas e em posição de defesa do novo habitat. Por isso, é importante a população estar atenta aos cuidados necessários para evitar acidentes.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 33 mil acidentes e 119 mortes por abelhas aconteceram no Brasil em 2024. Desses episódios, 145 foram registrados no Distrito Federal, sendo 124 considerados casos leves e um óbito.

Com a chegada da estiagem, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) atendeu, no último mês, duas ocorrências envolvendo ataques de abelhas, uma em Samambaia e outra em Taguatinga, ambas resultando na hospitalização das vítimas. Os casos acenderam um alerta sobre os riscos representados por enxames em áreas urbanas e a necessidade de orientação à população para evitar incidentes. Diante dessa preocupação, o CBMDF reforça recomendações sobre como agir ao se deparar com colmeias ou em situações de ataque.

A principal recomendação para evitar acidentes é nunca mexer em enxames ou provocar abelhas, pois elas podem reagir de forma agressiva ao sentirem-se ameaçadas. Caso uma colmeia seja identificada em residências ou locais públicos oferecendo risco à população, a orientação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, permitindo que profissionais capacitados façam a remoção segura. Em casos de ataque, o ideal é evitar movimentos bruscos, afastar-se rapidamente e buscar abrigo em um ambiente fechado, como uma casa ou veículo, além de contatar os bombeiros imediatamente.

Se a pessoa for picada, o procedimento indicado inclui lavar a área afetada com água fria e aplicar compressas de gelo para minimizar dor e inchaço. Em situações mais graves, como reações alérgicas, múltiplas picadas ou sintomas como falta de ar e tontura, o atendimento médico deve ser buscado com urgência. Além disso, especialistas alertam que o ferrão não deve ser removido com os dedos ou pinças, pois essa ação pode intensificar a entrada de peçonha na pele. O recomendado é raspá-lo suavemente com um objeto rígido, como um cartão.

Outro cuidado fundamental é nunca tentar remover enxames por conta própria ou utilizar produtos inflamáveis na tentativa de dispersar as abelhas. O tenente do CBMDF Éber Silva reforça que essas ações podem resultar em quedas, ferimentos e até incêndios. Ele orienta que a população evite qualquer tipo de intervenção direta, deixando essa responsabilidade para equipes especializadas. “O risco pode ser ampliado caso medidas precipitadas sejam tomadas. O mais seguro é sempre acionar os bombeiros”, enfatiza.

Preservação

Embora as abelhas possam representar perigo em alguns casos, sua preservação é essencial para o equilíbrio ecológico, especialmente no Cerrado, onde muitas espécies dependem da polinização. A destruição ou captura de enxames é proibida pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), e, quando as colmeias não oferecem riscos imediatos, recomenda-se que a remoção seja feita por apicultores especializados. Segundo o CBMDF, o atendimento dos bombeiros é reativo, ou seja, ocorre apenas em situações emergenciais, sendo necessário que a população entre em contato pelo telefone 193 quando houver risco iminente.