DF adotada medidas emergenciais contra acidentes elétricos
Foto: Arquivo/Agência Brasília
Fiscalizações, ajustes na rede e novos protocolos estão entre as medidas adotadas por órgãos
O Distrito Federal já contabiliza mais de 40 casos de acidentes causados por descargas elétricas em 2025, o que acendeu o alerta das autoridades. Só no mês de março, quatro ocorrências graves foram registradas em poucos dias, incluindo duas mortes. Entre as vítimas estão o menino Adrian Coelho, de apenas 10 anos, que morreu eletrocutado em Planaltina, e o técnico de som Renato Pena do Carmo, de 32 anos, que recebeu uma descarga elétrica enquanto trabalhava na Arena BRB Mané Garrincha.
Diante da sequência de episódios trágicos, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), passou a acompanhar de perto as ações adotadas por empresas e órgãos públicos. No dia 25 de março, o MPDFT enviou ofícios cobrando esclarecimentos e providências urgentes para evitar novos acidentes. A medida busca garantir mais segurança para a população e prevenir falhas nas redes de energia e iluminação pública.
Entre os locais inspecionados está a Arena BRB, onde o Corpo de Bombeiros confirmou a conformidade da estrutura com as normas de segurança. Apesar disso, o relatório preliminar indica que fatores externos podem ter contribuído para o acidente que matou o técnico de som. A PDDC segue acompanhando os laudos técnicos e poderá recomendar ajustes nos contratos de eventos realizados por empresas terceirizadas.
A Neoenergia, por sua vez, informou que reforçou a infraestrutura elétrica e adotou medidas emergenciais nas regiões mais afetadas. A empresa também está colaborando com as investigações sobre a morte do menino Adrian em Planaltina. Já a CEB-IPES relatou ações para prevenir choques na rede de iluminação pública, mas continua sendo alvo de críticas devido a denúncias de postes danificados e fiação exposta em diversas áreas do DF.
Para o procurador Eduardo Sabo, o momento exige atenção redobrada. Ele afirma que o objetivo do MP é garantir que as instituições estejam comprometidas com a segurança da população. “A PDDC reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos fundamentais e a segurança da população, mantendo atuação firme e vigilante para que sejam cumpridas todas as medidas necessárias à prevenção de novos incidentes”, declarou.
Cuidados
Além das ocorrências em locais públicos e falhas estruturais, situações rotineiras dentro de casa também representam risco de choque elétrico. Atividades simples como trocar uma lâmpada, lavar áreas com tomadas expostas ou utilizar eletrodomésticos com as mãos molhadas podem acabar em acidentes graves se não forem tomados cuidados básicos.
Segundo a enfermeira Lorhana Morais, que atua no Samu há 12 anos, os acidentes com eletricidade estão entre os mais atendidos pela equipe de emergência. “Choques de alta tensão ocorrem com frequência, principalmente com pessoas que sobem em telhados ou tentam pegar frutas com varas metálicas, sem perceber a proximidade de fios de energia. Mas também vemos muitos casos domésticos, geralmente causados por uso inadequado de eletrodomésticos em locais molhados”, afirma. Ela alerta que uma descarga elétrica pode provocar desde queimaduras até paradas cardíacas e quedas graves, como quando a vítima despenca de escadas após o choque. Diante de qualquer incidente, buscar atendimento médico imediato é fundamental.
Para evitar situações perigosas é importante nunca tocar em fios soltos caídos no chão; nunca tocar aparelhos elétricos com mãos ou pés molhados; evitar o contato de água com tomadas e equipamentos elétricos; e em caso de queda de poste sobre carro, a orientação é permanecer dentro do veículo e não tocar nas partes metálicas.
Em caso de acidentes, antes de tocar na vítima é indispensável desligar o fornecimento elétrico, verificar a condição da pessoa e entrar em contato com o Samu (192) ou do Corpo de Bombeiros Militar (193).