Látex e luz de LED para tratamentos vasculares
Foto: Divulgação/FAPDF
Pesquisa tem foco em terapias para feridas crônicas e regeneração de tecidos
Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram uma tecnologia que combina o látex da seringueira e luz LED em ambientes controlados, resultando em uma abordagem inovadora para o estudo e tratamento de doenças vasculares. Liderado pela professora-doutora Suélia Rosa e financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), o projeto “Organ-on-a-Chip” (Órgão em Chip) busca aperfeiçoar medicamentos e compreender melhor os processos biológicos fundamentais.
No centro da pesquisa está o Chip-ENY, dispositivo que simula o comportamento celular em condições reais. Essa tecnologia permite estudar fenômenos como a angiogênese e a regeneração tecidual ao reproduzir, em canais microscópicos, o fluxo de líquidos que interagem com proteínas do látex e estímulos de luz LED. Com isso, é possível observar como novos vasos sanguíneos se formam, abrindo caminhos promissores para tratamentos de feridas crônicas e regeneração de tecidos.
A inovação também representa um passo significativo para a redução de testes em animais e o aumento da segurança no desenvolvimento de medicamentos. Segundo Suélia Rosa, além do Chip-ENY, o núcleo de pesquisa também criou o Rapha, equipamento que combina curativos de látex e luz LED para acelerar a cicatrização de feridas, especialmente em pacientes com diabetes. O Rapha está em fase de registro na Anvisa e poderá ser incorporado ao sistema de saúde.
A professora ressalta que a pesquisa vai além dos laboratórios, com foco na aplicação prática. “O que me inspira nessa trajetória é ver que a ciência translacional pode se transformar em soluções concretas para a saúde pública”, afirmou. A próxima etapa do projeto envolve a análise dos resultados e a possível transferência tecnológica, visando uma produção em escala e acessível.
Com o potencial de transformar tratamentos médicos e incentivar novas descobertas, a pesquisa reforça a importância da integração entre ciência e saúde pública. Essa iniciativa demonstra como a união de diferentes áreas do conhecimento, como biologia e engenharia, pode gerar impactos positivos na vida das pessoas e na inovação científica brasileira.