quinta-feira, abril 25, 2024
Saúde

Parentalidade e saúde mental

A maternidade não deve ser romantizada, pois se trata de um processo dinâmico e multifatorial

Você já ouviu falar sobre parentalidade?
Então vamos lá…
O termo “parentalidade” é relativamente novo, representa os cuidados com os filhos de forma global, ou seja, física, cognitiva, emocional e comportamental. A sensação do nascimento de um filho para a mãe pode ser de muita alegria, mas também de muita responsabilidade, por isso a importância da maternidade ser vivida de forma consciente e opcional.
A parentalidade constitui uma das experiências mais gratificantes do ser humano, o que não impede que seja também considerada como “a tarefa mais desafiante e complexa da idade adulta” (Zigler, 1995, p. XI). Apesar de ser gratificante, ser pai ou mãe, nem sempre é fácil, podem haver momentos extremamente exigentes, desgastantes e frustrantes. Contudo, a maior parte dos pais consegue fazer um bom trabalho, sentir-se capaz e realizado e educar adequadamente os seus filhos.
A sociedade faz cobranças de atuações perfeitas no papel parental, principalmente no que diz respeito às mães, causando sentimento de culpa e incapacidade, além de pensamentos limitantes e impotentes, principalmente quando essa missão de educar é exercida solitariamente ou em ambiente disfuncional (pensando em uma perspectiva emocional).
As famílias, como primeiro contexto de socialização, desempenham um papel fundamental no comportamento e desenvolvimento das crianças (Baumrind, 1991; Parke & Buriel, 2006). Esse lhe servirá de bagagem para a vida inteira.
A parentalidade se apresenta em quatro estilos que se definem entre: permissividade; negligencia; autoritarismo; disponível e encorajador.
Convido você a fazer um exercício de autopercepção com três perguntas simples. Dê ouvidos ao seu “EU” interior e pergunte para si mesma e para o seu filho:

  • Como me vejo como mãe?
  • Como meu filho me vê como mãe?
  • Como desejo ser como mãe?

Nesse momento é importante não deixar a “culpa” te dominar e entender que nos tornamos a “mãe possível”, que não devemos romantizar a maternidade, pois se trata de um processo dinâmico e multifatorial.
Em caso de dúvidas, não hesite em buscar ajuda de um profissional da saúde mental!

Rita Rocha
Psicóloga
CRP 01/19406