Taguatinga será interligada por ciclovias
Administração Regional da cidade quer iniciar construções ainda este ano. Intenção do projeto é ligar parte Sul e Norte, além de outras regiões
Nas grandes cidades e centros urbanos, as ciclovias, que permitem a circulação de bicicletas com segurança, vêm se tornando cada vez mais importantes para os projetos que visam melhorar a fluidez do trânsito. É uma tendência mundial e no Brasil a pauta tem sido cada vez mais comum.
No Distrito Federal não é diferente, as vias para bikes estão sempre nas demandas das RAs. E a próxima cidade a implantar o sistema de mobilidade, é Taguatinga. Pelo menos é a intenção do administrador da cidade.
O pedido por ciclovias na região é antigo, e nos últimos dias o administrador Bispo Renato Andrade, diretores e gestores de obras da Administração discutiram tema com a comunidade. Até hoje, Taguatinga não possui um sistema cicloviário que atenda seus moradores
Em reunião na semana passada, gestores da RA e administrador apresentaram à comunidade o projeto do sistema de ciclovias, seu mapeamento e seu alcance.
A cidade de Taguatinga recebe diariamente mais de 135 mil veículos e ao contrário de suas vizinhas Águas Claras e Ceilândia não conta com espaço dedicado exclusivamente aos usuários das famosas bikes.
Em entrevista ao DF Notícias, o administrador Bispo Renato disse que “deseja fomentar essa prática em uma cidade melhor planejada e segura para todos. Ainda estamos concluindo o projeto, a audiência pública realizada foi para ouvir os praticantes do ciclismo. Agora, o processo será enviado a SEDUH, uma vez aprovado, começaremos ainda em 2021”.
Melhorias
Por outro lado, Raphael da ONG Rodas da Paz, lamentou o fato de não ter sido convidado para o debate sobre o tema “mesmo já tendo tido conhecimento sobre o assunto em reuniões passadas e ter solicitado o projeto para verificar a dinâmica da proposta”.
Raphael pontuou que “as ciclovias do DF estão concentradas no Plano Piloto. Em regiões onde há maior circulação de bicicletas não tem tanta ciclovia. Taguatinga, por exemplo, que tem um polo enorme de movimentação no DF tem pouquíssimos espaços para ciclistas, porque ali há grande prevalência de vias rápidas. Não tem prioridade para pedestres ou bicicletas. Então, avaliamos que as ciclovias precisam ser melhores distribuídas”.
De acordo com a Administração da Cidade, “um dos objetivos do projeto é dar ligação a esses pontos, promovendo essa continuidade das ciclovias já existentes nas outras cidades. Outro objetivo do projeto também é interligar a cidade, de Norte a Sul, passando por todos os seus setores, através dessa via de acesso para o ciclismo, uma atividade que é mais econômica e sustentável, e que já é muito praticada. A iniciativa avança para esse contexto metropolitano, interligando-se às outras e gerando mais estrutura para a população”.
“As ciclovias encorajam as pessoas a usarem bicicletas como meio de transporte. É fato comprovado que esses espaços reduzem o número de veículos no trânsito pesado e uso de combustíveis. Só o fato de existir a ciclovia exige que os motoristas reconheçam que os ciclistas também usam as ruas, com o mesmo direito que qualquer cidadão. Elas contribuem para reduzir os acidentes, já que demarcam uma faixa especial para os ciclistas”, disse o educador físico Guilherme Peres, ciclista.
Malha cicloviária
De acordo com o Governo do DF, “Brasília terminou 2020 como a capital brasileira com a maior malha cicloviária do país. No total, são mais de 580 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas disponíveis à população brasiliense – em SP, essas vias somam 536,2 km”.
O governo cita que “em 18 meses, a atual gestão construiu 87,35 quilômetros de vias exclusivas para ciclistas – as ciclovias e ciclofaixas. Na conta, estão incluídos os 22,4 quilômetros na Estrada Parque de Taguatinga (EPTG); os 8,7 quilômetros no Trecho de Triagem Norte (Ponte do Bragueto) e os 2,7 quilômetros no Noroeste”.
A Secretaria de Transporte e Mobilidade informou que, “atualmente o Distrito Federal tem 586,50 km de ciclovias. A previsão é expandir ainda mais a distribuição da malha cicloviária do DF por região administrativa. A Secretaria está trabalhando para ampliar a malha, em parceria com outros órgãos na elaboração de projetos e execução de obras”.
O Secretário Valter Casimiro disse que “nos últimos dois anos, nós tivemos um avanço significativo na construção de novas ciclovias, mas precisamos realizar a interligação dessas malhas cicloviárias para que haja melhor desempenho da mobilidade ativa no Distrito Federal.”
“Estamos trabalhando junto aos órgãos competentes para que os projetos sejam aprovados e assim a gente possa realizar as obras de interligação das ciclovias”, pontuou Casimiro.