Vacinas: cinco milhões de vidas salvas por ano
Imunizantes são responsáveis pelo controle e afastamento de doenças como sarampo
A Semana Mundial de Imunização, celebrada de 24 a 30 de abril, traz neste ano o tema “Imunização para Todos é Humanamente Possível”, reforçando o papel fundamental das vacinas na proteção da saúde em todas as idades. Além de ressaltar o impacto positivo da vacinação hoje, a campanha também projeta um futuro ainda mais promissor. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas salvam cerca de cinco milhões de vidas por ano e, desde 1974, são responsáveis por evitar a morte de seis pessoas a cada minuto.
Apesar dos avanços, os números ainda preocupam. Em 2023, cerca de 14,5 milhões de crianças não receberam sequer uma dose de vacina, e mais de 22 milhões ficaram sem a primeira aplicação contra o sarampo — a vacina que mais vidas salvou nas últimas cinco décadas. Para a Dra. Cláudia Cavalcanti Valente, da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a situação é alarmante, pois abre espaço para o ressurgimento de doenças já controladas, como o próprio sarampo, que sozinho evitou a morte de 94 milhões de pessoas nos últimos 50 anos.
Outro ponto essencial é a segurança das vacinas. Eventos alérgicos graves são raros, e a maioria das reações leves não contraindica novas doses. Dra. Cláudia destaca que a confiança na vacinação precisa ser fortalecida para combater a hesitação vacinal. Em casos específicos, como reações alérgicas graves após a primeira dose, é necessária uma avaliação individualizada por especialistas, que poderão indicar alternativas seguras conforme o risco epidemiológico.
Pacientes com alergias alimentares também têm espaço na estratégia de imunização. Pessoas com alergia ao ovo, por exemplo, podem receber todas as vacinas, com exceção de cuidados especiais para a febre amarela em casos de anafilaxia. Já quem é alérgico ao leite de vaca deve evitar vacinas que contenham proteínas hidrolisadas do leite, mas pode seguir o calendário vacinal normalmente para as demais. Com informação e suporte médico adequado, a imunização segura é possível para todos.
Foto: Lúcio Bernardo/Agência Brasília