quinta-feira, setembro 19, 2024
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IA no combate a incêndios no DF

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Tecnologia identifica por imagens a formação precoce de focos de incêndio em vários pontos da capital

De abril a outubro, o Distrito Federal se prepara para a temporada de incêndios florestais por meio da Operação Verde Vivo, coordenada pelo Corpo de Bombeiros Militares do DF (CBMDF). Este ano, a operação ganhou um impulso tecnológico com a adoção de inteligência artificial (IA) para monitorar e prevenir incêndios florestais no Cerrado. Em parceria com pesquisadores, foi criado um sistema pioneiro que utiliza reconhecimento de imagens aéreas para detectar focos de incêndio ou fumaça de forma precoce, permitindo uma resposta rápida e eficaz.

Tradicionalmente, o monitoramento dependia de imagens de satélite e rondas presenciais, métodos que, apesar de úteis, não ofereciam a agilidade e precisão proporcionadas pela IA. O novo sistema opera com quatro câmeras instaladas estrategicamente na Torre de TV Digital, cobrindo as regiões administrativas do DF 24 horas por dia, em um raio de até 25 km. A IA analisa as imagens em tempo real para identificar possíveis sinais de fumaça, auxiliando na detecção precoce de incêndios florestais. A coordenadora do projeto Sem Fogo-DF, Priscila Solis Barreto, ressalta que o treinamento do algoritmo com um conjunto de dados específico foi crucial para atingir um alto grau de previsão e acurácia.

O projeto Sem Fogo-DF surgiu de discussões na Associação Giga Candanga, uma organização sem fins lucrativos voltada para ciência e tecnologia. A parceria entre o GDF, a Universidade de Brasília (UnB) e a associação, com o apoio do Fundo de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), que investiu R$ 700 mil, resultou na criação e implementação do sistema. Ao longo de 2022, a equipe se dedicou ao desenvolvimento do projeto, culminando no primeiro protótipo em 2023, especialmente projetado para lidar com o período de estiagem.

A adoção dessa tecnologia reflete um avanço significativo na proteção do Cerrado e na segurança da população do Distrito Federal, demonstrando o compromisso do governo e dos pesquisadores em preservar um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo.