domingo, dezembro 7, 2025
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AVC cresce entre jovens no Brasil

Foto: Freepik

Sinais como dor de cabeça, dormência ou dificuldades motoras não devem ser subestimados

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), tradicionalmente associado a pessoas idosas, tem atingido um número crescente de jovens, inclusive entre os 20 e 40 anos. Dados da Rede Brasil AVC revelam que 18% dos casos no país ocorrem nessa faixa etária, com um aumento superior a 20% nos últimos cinco anos. Em escala global, cerca de 2 milhões de pessoas entre 18 e 49 anos sofrem AVCs anualmente, o que representa até 15% do total de registros. O fenômeno preocupa especialistas e evidencia uma mudança no perfil dos pacientes, impulsionada por fatores ligados ao estilo de vida moderno.

Segundo a professora de cardiologia Rosangeles Konrad, o aumento de doenças crônicas precoces e de hábitos nocivos tem sido determinante para esse cenário. “Hoje vemos jovens com hipertensão, colesterol alto, diabetes e sobrepeso. O uso excessivo de cigarro eletrônico, álcool e drogas, aliado ao sedentarismo e ao estresse, tem contribuído diretamente para o aumento dos casos”, explica. A especialista alerta ainda que a falsa sensação de invulnerabilidade entre os jovens agrava o problema. “Muitos ignoram sintomas como dores de cabeça intensas, dormência em um lado do corpo ou dificuldade de fala. Esses sinais não devem ser subestimados”, reforça.

O professor de neurologia Heitor Felipe destaca que a falta de atenção à prevenção e aos fatores de risco silenciosos é uma das principais causas do aumento dos casos em adultos jovens. “Hipertensão, diabetes e colesterol alto podem evoluir de forma discreta, e o AVC, muitas vezes, é o primeiro sinal de que algo não estava bem”, afirma. O neurologista ressalta que o atendimento rápido é essencial para reduzir sequelas e salvar vidas. “Quanto mais cedo o paciente for atendido, maiores são as chances de recuperação. É fundamental procurar hospitais com estrutura adequada, pois alguns tratamentos só podem ser realizados nas primeiras horas após o início dos sintomas”, orienta.

Os especialistas reforçam que a prevenção é o caminho mais eficaz para reduzir os índices da doença. Praticar atividades físicas, adotar uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e manter exames em dia são medidas essenciais.