domingo, agosto 17, 2025
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Novo programa agiliza suporte a pacientes oncológicos do DF

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF

Em poucas semanas, iniciativa já reduziu fila para atendimentos e criou cartão de acesso prioritário

Com o objetivo de garantir acolhimento mais ágil, digno e seguro às pessoas diagnosticadas com câncer, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), implantou, no início de julho, o programa “O câncer não espera. O GDF também não”, que já apresenta resultados expressivos na rede pública. Desde o lançamento, 198 pacientes oncológicos foram atendidos, sendo que 95 deles já iniciaram o tratamento tanto na rede pública quanto na complementar.

A iniciativa surgiu como resposta à crescente demanda por atendimento especializado e ao tempo de espera que, até então, comprometia a agilidade necessária nos casos de câncer. Em março deste ano, as filas registravam 889 pessoas aguardando tratamento oncológico e 630 esperando por radioterapia. Com a atuação do programa, esses números caíram para 501 e 354, respectivamente — uma redução de mais de 43% em ambos os casos, segundo dados do Sistema de Regulação (Sisreg) da SES-DF.

Além de diminuir o número de pessoas nas filas, o programa também acelerou o início do tratamento. O tempo médio de espera caiu de 81 para 46 dias para os pacientes oncológicos e de 87 para 34 dias na radioterapia. Isso representa uma redução de 43,2% e 60,9%, respectivamente. O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, enfatiza que o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento faz toda a diferença para o sucesso da terapia. “Estamos avançando com agilidade e acolhimento. A redução do tempo de espera é fundamental para salvar vidas e regularizar o fluxo em toda a rede”, afirma.

Os cânceres mais frequentes entre os pacientes atendidos pelo programa são de próstata, mama, cólon e pulmão — com maior incidência entre pessoas com idades entre 55 e 70 anos. A proposta prevê a realização de 1.383 novos tratamentos nos próximos três meses, com um investimento superior a R$ 14 milhões. O recurso tem o objetivo de garantir que as pessoas em fila iniciem o mais rápido possível suas terapias, seja com quimioterapia, radioterapia ou outro procedimento indicado.

Apesar dos avanços, um dos desafios enfrentados tem sido o número de faltas nas consultas de triagem. Dos pacientes chamados, 51 não compareceram, o que compromete o andamento da fila e a ocupação das vagas disponíveis. A Secretaria de Saúde tem reforçado a importância da presença nas etapas do tratamento, destacando que a ausência pode atrasar o cuidado de outras pessoas e comprometer o planejamento da rede.

Pensando também nas situações de urgência, o GDF passou a distribuir o Cartão Prioridade, destinado a pacientes em tratamento quimioterápico. O documento garante atendimento mais rápido em emergências hospitalares, desde que não haja outro caso com risco iminente de morte. A entrega do cartão está sendo feita de forma gradativa, e ele terá validade de até 28 dias após o fim do último ciclo de quimioterapia. O documento conta ainda com QR Code, que dá acesso à cartilha com orientações e sinais de alerta dos tipos de câncer mais comuns.

De acordo com Vinicius dos Santos, supervisor da Unidade de Assistência Oncológica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), a medida permite mais organização e rapidez no acolhimento desses pacientes. “Agora conseguimos padronizar o atendimento desde a triagem. Com o cartão, o paciente é facilmente identificado e direcionado, o que traz mais segurança e eficácia no atendimento”, explicou. A médica Maria Tereza Carnaúba, da Secretaria Adjunta de Assistência à Saúde, complementa: “Sintomas como febre, em pacientes oncológicos, podem indicar complicações sérias. Nosso objetivo é garantir que eles recebam medicação e cuidados imediatamente, sem demora.”