Quedas lideram mortes graves no HBDF
Acidentes foram responsáveis por mais de 30 óbitos em 2023
No Pronto-Socorro do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), muitas vezes se imagina que os casos mais graves estão ligados a acidentes de trânsito ou violência armada. Entretanto, levantamento do Centro de Trauma revela que as quedas representam o maior risco à vida, superando até ferimentos por armas de fogo. Pequenos tropeços, escorregões em casa ou quedas na rua podem provocar lesões sérias, principalmente quando há impacto na cabeça, e são ainda mais perigosos entre idosos.
Os dados de 2023, divulgados pelo Centro de Trauma do HBDF, mostram que quase metade das pessoas atendidas por quedas tinha mais de 60 anos, sendo que cerca de um terço das vítimas eram mulheres. Segundo o cirurgião-chefe Rodrigo Caselli, a dificuldade maior no atendimento é identificar rapidamente um traumatismo craniano. Sinais como tontura, vômitos, dores fortes, desmaios ou convulsões devem ser observados, e qualquer idoso que bata a cabeça precisa ser levado imediatamente ao hospital, mesmo sem sintomas aparentes.
O levantamento também revela que quedas foram responsáveis por mais mortes do que ferimentos por arma de fogo na Sala Vermelha do HBDF. Em 2023, dos 166 óbitos por casos de alta gravidade, 33 resultaram de quedas, enquanto 13 foram ocasionados por perfuração por arma de fogo. Para Caselli, o alto índice de letalidade está relacionado principalmente aos traumas cranianos, que são mais difíceis de tratar rapidamente, mesmo com uma equipe preparada para emergências.
Das 95 vítimas atendidas por quedas ao longo do ano, 66 apresentaram traumatismo craniano fechado, demonstrando que impactos aparentemente leves podem evoluir para situações críticas. “Conseguimos salvar pessoas que sofrem hemorragias externas com rapidez, mas os traumas na cabeça exigem ainda mais cuidado e atenção”, explica o cirurgião.
A prevenção ainda é o melhor caminho, sobretudo em residências com idosos. Instalar barras de apoio em banheiros, manter pisos secos e usar equipamentos de proteção em atividades como skate, patins ou patinetes pode reduzir significativamente o risco. Caselli reforça que, mesmo pequenas quedas, quando envolvem velocidade ou objetos com rodas, aumentam a força do impacto e, consequentemente, a gravidade das lesões.
Foto: Divulgação/IgesDF

