segunda-feira, maio 6, 2024
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Será que meu filho tem TDAH?

Foto: Freepik

Pediatra aponta que nem toda criança inquieta e desatenta tem TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta cerca de dois milhões de pessoas no Brasil. De origem hereditária, o distúrbio interfere em ações do dia a dia, como atenção prolongada, organização do tempo e autorregulação.

De acordo com dados apurados pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das pessoas no mundo já foram diagnosticadas com o déficit. Na infância, percebe-se que ele apresenta um caráter diferenciado de acordo com o sexo, pois é comprovado que meninas com TDAH tendem a ser mais desatentas, enquanto meninos costumam apresentar mais sintomas relacionados à ansiedade e à hiperatividade.

De acordo com Henrique Gomes, pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, nem toda criança inquieta e desatenta tem TDAH. Às vezes, é apenas um traço da personalidade dos pequenos. O médico alerta que a principal forma de identificar a condição é por meio da observação e do diagnóstico de um profissional. “Importante ver se a criança apresenta dificuldade de assumir pequenas responsabilidades, se mostra extrema inquietude ou, com frequência, se esquece de pequenos comandos. Vale lembrar que toda criança que recebe o diagnóstico não ganha uma sentença, apesar do transtorno não ter cura. Com o devido cuidado, elas podem ter uma vida normal”, afirma Henrique. 

O especialista ainda comenta que o distúrbio é comum, mas é cercado de achismos. “O TDAH ganhou os noticiários em tempos de pandemia e isolamento social, mas não deve ser encarado como uma questão passageira, pois se trata de um transtorno que aparece na infância e persiste até a fase adulta. Se não tratado, pode gerar grandes desafios para o resto da vida”, ressalta o pediatra.

Os sintomas mais comuns do transtorno são: distrair-se com facilidade; esquecer das coisas com frequência; perder itens com frequência; impaciência e ansiedade; dificuldade para organizar o tempo; evitar atividades que precisam de foco por mais tempo; relutância em seguir as instruções; parecer incapaz de permanecer parado; assumir riscos desnecessários.

O pediatra aponta que cabe aos pais e responsáveis o dever de acompanhar o desenvolvimento de seus filhos e procurarem apoio de especialistas para lidar com situações mais alarmantes. É comum que os sintomas se tornem mais evidentes no período colegial, momento em que as crianças assumem mais responsabilidades e se tornam mais independentes. Nem todo sinal de desatenção é alarmante. É importante se acalmar e compreender que há situações em que a empolgação é apenas sintoma de uma alegre infância.