13º pode aliviar orçamento apertado de brasilienses
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Previsão é que 1,72 milhão de pessoas recebam o benefício
A nova edição da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC-DF), realizada pela CNC, mostra que o endividamento segue avançando entre as famílias do Distrito Federal. Em outubro, 76,5% dos lares brasilienses declararam possuir dívidas a vencer, o que representa um crescimento contínuo desde fevereiro. Embora o atraso no pagamento tenha tido uma ligeira queda, o número de famílias que não conseguem arcar com seus compromissos aumentou, indicando maior pressão sobre o orçamento doméstico.
Diante desse cenário, o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, aponta o pagamento do 13º salário como uma oportunidade importante para aliviar a situação financeira das famílias. Ele lembra que, em anos anteriores, a injeção desse recurso na economia contribuiu para reduzir o número de pessoas sem condições de quitar dívidas, permitindo que muitos recuperassem o acesso ao crédito. Para Freire, o uso planejado do benefício pode ajudar tanto na regularização das contas quanto na recomposição da poupança e no estímulo às vendas de fim de ano.
A pesquisa também revela sinais de estabilidade em alguns indicadores. O comprometimento médio da renda com dívidas permaneceu em 22,1% no DF, índice inferior ao registrado nacionalmente (29,6%), e o tempo médio de atraso diminuiu. Mesmo com a inadimplência ainda acima de 40%, os dados sugerem que as famílias têm buscado reorganizar seus gastos diante do cenário de juros elevados.
Segundo o Dieese, o Distrito Federal terá o maior valor médio de 13º salário do país, o que pode reforçar essa recuperação gradual. O pagamento deve alcançar cerca de 1,72 milhão de pessoas e movimentar mais de R$ 10 bilhões na economia local. A expectativa é que esse impulso financeiro ajude a suavizar a pressão sobre os lares brasilienses, oferecendo ao mesmo tempo um fôlego ao comércio e às atividades econômicas do fim de ano.

