terça-feira, maio 7, 2024
Educação

Alunas da rede pública ganham medalha de prata em competição internacional

Foto: divulgação/ Fiocruz

A ansiedade de apresentar o projeto em outra língua não atrapalhou a conquista do prêmio

Mais uma vez estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal são destaque em competição internacional. Desta vez, três alunas do Centro de Ensino Médio do Gama ganharam a medalha de prata na Competição Internacional de Ciência, Tecnologia e Engenharia (ISTEC), na Indonésia, por um projeto de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Elas desenvolveram um sistema baseado em inteligência artificial que prevê o aparecimento de casos da doença em quatro regiões do DF.
Bianca de Azevêdo Ribas, Cristiane de Andrade Coutinho e Iasmim Rodrigues Melo se debruçaram no trabalho “Análise dos Fatores Contribuintes na Proliferação de Mosquito Aedes aegypti com Uso de Inteligência Artificial”.
Para o desenvolvimento do sistema foram levados em consideração dados da doença e variáveis como temperatura e umidade, nível de saneamento básico e infraestrutura.
Com base nessas informações as meninas constataram qual a relação entre tais condições com o número de casos prováveis de dengue. Criaram, então, um sistema que processa os dados e aponta onde há mais probabilidade de a doença surgir.
Além do desafio de desenvolver o projeto, as estudantes Cristiane e Iasmim apresentaram o estudo em inglês durante videoconferência para os examinadores do ISTEC. Elas cursam a língua estrangeira em um dos Centros Interescolares de Língua (CIL) da rede pública e contam que a experiência de conhecer uma nova cultura e conversar com pessoas de outra nacionalidade foi incrível. “Foi uma oportunidade de ver a ciência sendo feita por pessoas de várias culturas. Ficamos um pouco nervosas no início pela questão da apresentação em outro idioma, mas deu tudo super certo”, conta Iasmim.
A jovem relembra ainda da emoção da conquista da medalha de prata em uma premiação internacional. “Foi super legal essa medalha, apesar da gente não estar esperando. Foi como honrar nosso esforço durante todo esse período de trabalho. É um sentimento de gratidão ter conseguido algo que fizemos muito por merecer.”
O professor orientador do projeto Matheus Lima é só orgulho. Ele é ex-aluno do Cemi do Gama e atualmente é voluntário em vários projetos da escola. “Já contribuo com os alunos há quatro anos, uma jornada extremamente construtiva, pois, quando eu era aluno, sempre tive a impressão de que a Iniciação Científica era uma oportunidade de estudar aquilo que gosta, e quando se faz algo com gosto, bons resultados são o que colhemos. Sou muito orgulhoso tanto deste grupo, quanto dos outros, e sei que o resultado delas servirá de inspiração para outros jovens, principalmente as meninas, para que possam se engajar nas Ciências ainda no Ensino Básico, e desconstruir o mito de que ciência só se faz nas grandes universidades”, frisa.
Com informações da SEE-DF