quinta-feira, maio 2, 2024
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Autoestima como fator de proteção

Foto: Reprodução

A autoestima é uma habilidade que geralmente é formada na infância, mas pode ser desenvolvida a qualquer tempo por meio do autoconhecimento

A autoestima corresponde à valorização intrínseca que o indivíduo faz de si mesmo em diferentes situações e eventos da vida a partir de um determinado conjunto de valores e crenças eleitas por ele.
Muitas pessoas confundem autoestima com egoísmo, mas na verdade autoestima nada tem a ver com egoísmo e sim com autovalorização, autopercepção, autocuidado e amor próprio. Sim! se cuidar é demonstração de amor próprio e ao próximo também. Jamais poderemos amar ou demonstrar cuidado a alguém de forma saudável sem ter amor próprio. As mulheres são as maiores vítimas da falta de autoestima, mas os homens não estão imunes a esse mal. No consultório costumo fazer a seguinte analogia com os meus pacientes:
Quando fazemos viagens aéreas ouvimos orientações de como proceder em caso emergência, como despressurização da cabine: “máscaras de oxigênio cairão automaticamente. Puxe uma das máscaras, coloque-a sobre o nariz e a boca em volta da cabeça e respire normalmente, depois auxilie a criança ao seu lado”.
No primeiro momento essa fala causa estranheza, mas logo faz todo sentido, pois tal orientação é dada por conta da maioria das crianças não conseguirem alcançar as máscaras e se a cabine de uma aeronave perder a pressurização, em alguns segundos nós desmaiaríamos por falta de oxigênio. As máscaras nos fornecem oxigênio por mais algum tempo, então devemos colocá-las primeiro em nós mesmos e só depois auxiliar as crianças como forma de proteção de ambos. Da mesma forma devemos fazer nas demais áreas da vida, pois só teremos condições de cuidar das pessoas que amamos se antes o fizermos por nós mesmos.

Como desenvolver ou cultivar a autoestima?

A autoestima é uma habilidade que geralmente é desenvolvida na infância, com influência da dinâmica familiar e do sentimento de pertencimento que a criança tem quanto ao ambiente familiar. Frases como: Você é capaz! Eu acredito no seu potencial! Se não der certo agora a gente tenta novamente! São imprescindíveis para o desenvolvimento da autoestima.
Outra contribuição efetiva é o convívio com cuidadores que se cuidam e se amam. Tais ações despertam várias habilidades no indivíduo como a autoestima e autoconfiança. A autoconfiança está diretamente ligada à autoestima. Segundo Thurstone, crianças que sofrem rejeições, punições e são rigidamente criadas, apresentam uma baixa autoestima. No futuro, essas crianças poderão ser carentes de afeto e apresentar dificuldades nos relacionamentos sociais.
Como podemos perceber, a autoestima nem sempre está ligada a beleza e aos padrões socialmente aceitos, claro que se sentir bonito e gostar da autoimagem faz parte do pacote. A boa notícia é que a autoestima pode ser desenvolvida como qualquer outra habilidade, através do autoconhecimento com auxilio da psicoterapia.
Em qualquer tempo da vida é importante termos amor próprio e autoestima, tais habilidades servem como termômetro nas nossas relações, sejam elas profissionais, amorosas, familiares ou de amizade, nos proporcionando prevenção e promoção da saúde mental.

Rita Rocha
Psicóloga
CRP 01/19406