sexta-feira, março 29, 2024
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Câncer infantojuvenil: a importância do diagnóstico precoce

Foto: Tony Winston – Agência Brasília

Os tipos mais comuns nessa fase são as leucemias, linfomas e os que atingem o sistema nervoso central. Os tratamentos estão avançados e podem alcançar taxas significativas de cura

O setembro dourado chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil que, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), já representa, no Brasil, a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. No Distrito Federal, é a primeira causa de morte por doença na faixa etária de 5 a 19 anos.

Segundo a médica oncologista e hematologista pediátrica Isis Magalhães, diretora técnica do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), o câncer em crianças e adolescentes apresenta características biológicas distintas do câncer em adultos. “Por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, normalmente de crescimento rápido e células tumorais que atingem outros órgãos além de seu local primário, ou, como podemos dizer, trata-se de uma doença sistêmica”, explica.

A médica destaca que, paradoxalmente, esse comportamento agressivo da doença, com número grande de células em divisão, faz com que os tumores na infância sejam mais sensíveis à quimioterapia, tornando essa modalidade de terapia a principal arma para o tratamento do câncer em crianças e adolescentes.

Os tipos mais prevalentes nessa fase são as leucemias, linfomas e os que atingem o sistema nervoso central.

Anda não é possível falar em prevenção quando se trata de câncer infantojuvenil. Isso porque, de acordo com a diretora técnica do HCB, diferentemente do que ocorre no adulto, não existe evidência sobre exposições ambientais específicas estarem relacionadas ao desenvolvimento da doença nesse público. Assim, ela alerta que a ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce, preciso e ao tratamento adequado.

“Com o uso de protocolos multi-institucionais baseados em quimioterapia sistêmica, é possível alcançar taxas significativas de cura. Em alguns tipos como a leucemia linfoide aguda, o mais comum, as taxas de cura chegam hoje a 80%”, destaca.

Segundo Isis, é muito importante que os profissionais de saúde, principalmente o pediatra geral, estejam atentos a algumas formas de apresentação do câncer na infância, tendo em vista que, às vezes, apresentam sintomas semelhantes aos de doenças comuns na infância.

Além disso, a médica faz um alerta aos pais. “É importante que estejam atentos para o fato que a criança não ‘inventa’ sintomas e que, ao sinal de alguma anormalidade, leve seus filhos ao pediatra para avaliação”, indica.

Ela complementa ressaltando que, na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas o acompanhamento daqueles que se prolongam além do habitual deve incluir avaliações adicionais do médico especialista.

Com informações da Agência Saúde-DF