quinta-feira, maio 2, 2024
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Casos de desaparecidos cresceram no DF

Foto: Freepik

Polícia Civil e Ministério Público trabalham com ações e programas que auxiliam nas buscas de pessoas sem localização

Nas últimas semanas, o brasiliense tem se deparado com uma série de casos de pessoas desaparecidas, em várias regiões da capital, com as mais variadas faixas etárias e de ambos os sexos. Essa não é uma situação pontual no Distrito Federal, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública o DF tem a maior taxa de desaparecidos do Brasil por 100 mil habitantes.

O estudo revela que a capital federal, em 2022, registrou 83,3 desaparecidos por 100 mil, é a maior taxa do país e mais do que o dobro da nacional, que é de 32 pessoas desaparecidas por 100 mil habitantes.

Como maneira de dar mais visibilidade para essa questão, em 30 de agosto foi celebrado o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimento Forçado, a data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Várias são as causas de desaparecimentos: aquelas pessoas que optam por romper o vínculo com a família e amigos por livre espontânea vontade, aqueles que foram vítimas de acidentes ou desastres naturais, aqueles que se perderam por questões de saúde mental e até vítimas de sequestros ou aqueles provocados pela ação de agentes estatais.

Embora o DF registre o maior número de desaparecidos, o Polícia Civil do Distrito Federal é a única no país que vincula o registro de desaparecimento ao registro de localização no próprio Boletim de Ocorrência. Ou seja, quando uma pessoa é localizada seu registro de desaparecimento é retirado da base e entra, apenas, nas estatísticas de localização. Dessa forma, a polícia sabe exatamente quem continua desaparecido.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também possui um programa que auxilia nos casos de pessoas que sumiram. O Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) coleta informações de pessoas desaparecidas e/ou vítimas de tráfico de seres humanos, registra no sistema nacional e promove ações de busca e identificação de pessoas desaparecidas.

O Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid) é um sistema nacional e integrado de informações. Ele foi criado pelo Ministério Público brasileiro para estimular a articulação entre órgãos e agentes públicos na solução de casos de desaparecimento.

Desaparecidos no DF

Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do DF, de janeiro a dezembro de 2022 foram registrados 2.400 casos de desaparecimento, sendo em sua maioria pessoas entre 31 e 50 anos (838 registros), em segundo lugar aparecem os jovens entre 18 e 30 anos (623). Crianças, de até 11 anos, foram as que menos desapareceram no ano passado, com 103 casos registrados.

Entre homens e mulheres a porcentagem de desaparecidos é maior entre pessoas do sexo masculino, 65%. O sumiço entre as mulheres representa 35% dos casos.

Entre os localizados, as crianças e os adolescentes foram os que apresentaram resultadosmais positivos. Dos casos registrados de adolescentes desaparecidos entre 12 e 17 anos, 68,3% foram encontrados. Já entre as crianças até 11 anos, 67% dos casos foram resolvidos.

Progressão de idade

A Polícia Civil do DF (PCDF) dispõe de um departamento especial que trabalha no desenvolvimento de imagens que levam em consideração o passar do tempo e mostram como seria a aparência atual da pessoa desaparecida por um longo período.

A elaboração desse retrato é responsabilidade do Laboratório de Representação Facial Humana do Instituto de Identificação. A técnica de crescimento e envelhecimento facial é aplicada em imagens de pessoas que tenham desaparecido há pelo menos três anos, quando se tratar de crianças, ou há cinco anos quando os desaparecidos forem adolescentes ou adultos.

De acordo com a PCDF, a progressão de idade é fundamental principalmente nos casos de crianças desaparecidas, pois com o passar dos anos os rostos de crianças sofrem modificações provocadas pelo processo natural de crescimento facial. 

O objetivo da divulgação das imagens é incentivar a colaboração das pessoas que tenham informações que possam auxiliar as investigações e localizações das crianças desaparecidas.

Informe

A comunicação do desaparecimento de uma pessoa não precisa de ser feita após 24h. Aorientação é que se procure uma delegacia mais próxima, ou entre em contato com a Polícia Civil pelo WhatsApp (61) 98626 1197, email: denuncia197@pcdf.df.gov.br, disque denúncia 197 ou pelo site www.pcdf.df.gov.br/servicos/197