Mitos e verdades sobre vacinação na gestação
Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF
Nesse momento muitas dúvidas surgem sobre o que é bom ou não para mãe e bebê. Especialista esclarece e reforça a importância da vacinação
A gravidez é um momento de muitas dúvidas e descobertas. Além de uma série de cuidados e exames pré-natal essenciais, outro preparativo fundamental nesse período é estar com o calendário de vacinação para gestantes em dia.
Por isso, na semana em que se comemorou o Dia da Gestante, em 15 de agosto, a Dra. Lessandra Michelin, infectologista, esclarece alguns mitos e verdades sobre as vacinas recomendadas durante a gestação.
A especialista começa afirmando que as vacinas são seguras tanto para mãe quanto para o bebê. “As vacinas recomendadas durante a gestação têm como objetivo fortalecer o sistema imunológico da gestante e proteger a saúde do bebê. Com a imunização, os anticorpos da mulher são transferidos para a criança pela placenta e, após o nascimento, por meio da amamentação. Além disso, as vacinas recomendadas durante a gestação são inativadas, ou seja, são compostas por microrganismos sem capacidade de gerar a doença”.
É importante ressaltar que todas as vacinas recomendadas para as gestantes estão disponíveis gratuitamente no SUS.
A infectologista revela que é um mito, parentes próximos, como pais e irmãos, não precisarem estar com a vacinação em dia.
“Uma das principais formas de transmissão de agentes infecciosos ao bebê é através dos contatantes próximos, sejam familiares ou não familiares. Por isso, é muito importante que todas as pessoas que irão conviver com o bebê, como, por exemplo, pais, irmãos, avós e cuidadores, estejam com a imunização em dia, formando assim uma rede de proteção”. Explica Lessandra.
Além disso, a especialista conta que a recomendação é que isso seja feito antes do nascimento do bebê, o quanto antes, para que todos já estejam protegidos no momento do nascimento da criança.
Outro mito é quanto a gravidade da coqueluche. Lessandra explica que a doença é altamente contagiosa e que as gestantes devem sim tomar a vacina durante a gravidez.
“Ao contrário do que se ouve por aí, a coqueluche é uma doença altamente contagiosa, também conhecida como “tosse comprida”, e pode evoluir para formas graves especialmente nos lactentes menores, que ainda não completaram o esquema de vacinação primário de rotina que começa aos 2 meses de idade e finaliza aos 6 meses. A doença é uma importante causa de mortalidade infantil e a maioria dos casos e óbitos se concentra em crianças menores de um ano de idade. Além disso, um alerta: as mães são as principais transmissoras da bactéria que causa a coqueluche para seus bebês”, destaca a doutora.
A infectologista afirma que é muito importante que as mulheres que planejam engravidar estejam também com a caderneta vacinal atualizada.
“Alguns imunizantes, como as vacinas contra catapora, sarampo, caxumba, rubéola e HPV, por exemplo, não são recomendados durante a gestação e, por isso, devem ser administradas antes da gravidez ou no puerpério (que são os 45 dias após o parto), mesmo que a mãe esteja amamentando”, finaliza Lessandra.