quarta-feira, maio 1, 2024
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Rede 5G causa mal à saúde?

Foto: Reprodução

Questionamentos surgiram na internet e ganharam coro em debates sociais. Para tirar todas as dúvidas a redação foi buscar mais informações com especialistas

A Rede 5G, considerada a nova geração de internet móvel, promete uma revolução: conexão com velocidade ultrarrápida, avanços de tecnologias e a possibilidade de ligar muitos equipamentos à internet ao mesmo tempo. Mas com ela também chegaram as dúvidas, como os problemas que a frequência pode causar à vida das pessoas que precisam conviver diariamente com as antenas de transmissão e a frequência recebida em seus aparelhos de celular. Os principais questionamentos são: causam câncer? Faz mal à saúde? Devo me preocupar? Para isso o DF Notícias ouviu especialistas e aponta o que dizem os estudiosos.
Nos últimos anos começaram a surgir informações de que a nova geração de internet será extremamente prejudicial à saúde das pessoas. No Brasil os boatos ganharam força após a divulgação do PL 0241.5/2019, que proibia os testes e a instalação da tecnologia 5G no estado de Santa Catarina. Meses depois foi rejeitado e arquivado.
A justificativa da proposta era baseada no argumento de que a mídia evidenciava apenas os benefícios da tecnologia. O texto comentava uma notícia falsa que se tornou popular na internet, ainda em 2018, e que dizia que centenas de pássaros haviam morrido por conta dos efeitos radioativos da instalação de torres na Holanda. Essa informação é apenas uma das diversas que foram compartilhadas em redes sociais e grupos de WhatsApp.
Para Felippe Santos, engenheiro elétrico, “essas dúvidas costumam surgir mesmo, mas precisamos deixar as pessoas tranquilas. Funciona assim, as redes 5G dependem de sinais transportados por ondas de rádio transmitidas entre uma antena e o telefone celular. Como acontece atualmente com a 4G e 3G. A diferença da quinta geração para as anteriores é que neste caso as frequências utilizadas são maiores. Não há evidências científicas que este tipo de radiação seja prejudicial à saúde das pessoas. Ao menos, não de forma tão prejudicial”, disse.
A professora universitária de Ciências da Computação, Vania Alencar, disse que “estamos cercados o tempo todo de radiação eletromagnética, inclusive de sinais de rádio e televisão, assim como de uma série de tecnologias, incluindo nossos smartphones. A rede é segura, não há o que temer. As pessoas podem ficar despreocupadas”.
A segurança do 5G já foi defendida inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, nas últimas décadas não houve estudos científicos demonstrando uma relação causal capaz de levantar preocupações sobre os efeitos da radiação (em níveis normais de exposição) no corpo humano.
De acordo com documentos divulgados por empresas, a faixa de transmissão utilizada na rede 4G, por exemplo, atinge até 2,6 GHz de frequência. No 5G, essa frequência sobe para até 3,5 GHz.

Rede 5G

A rede já deu seus primeiros passos em países como Alemanha, China, Estados Unidos e Japão, mas ainda não é utilizada oficialmente no Brasil. Aqui vai funcionar da seguinte forma: o governo fatia as ondas de telefonia e oferta no mercado para as telefônicas que podem ou não optar pela compra, segundo a Pesquisa e Cooperação do César School. Após o leilão ser realizado e as frequências estarem disponíveis, a consequência após instalação de todo o aparato tecnológico é que a velocidade da internet 5G será utilizada.

Novos aparelhos

Mas especialistas alertam que enquanto algumas pessoas se preocupam com a possibilidade de problemas de saúde, que não foram comprovados, o que chama atenção mesmo é a necessidade de compra de novos smartphones que aceitem a nova tecnologia de rede. De acordo com especialistas, isso ocorre porque as pessoas que desejarem usar a nova rede 5G precisam ter um aparelho compatível.
A equipe do DF Notícias fez um levantamento e apurou que os preços dos primeiros smartphones compatíveis com o 5G custam a partir de R$ 2 mil e alguns podem chegar a R$ 13 mil. Por isso, para trafegar em 5G, será necessário desembolsar quantias dessa ordem. Isso porque os smartphones atuais não foram desenvolvidos para “conversar” com a frequência usada pelo 5G.
“Ao que tudo indica, pelo menos até que a tecnologia seja difundida e as operadoras recuperem os investimentos em infraestrutura feitos para a implantação do sistema — que requer tanto adaptações no hardware (mais antenas e novos equipamentos de transmissão, por exemplo) quanto no software — os preços para usar o serviço devem ser maiores do que os praticados no 4G”, explica Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital.