domingo, abril 28, 2024
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Planos de saúde lideram ranking de reclamações

Foto: Pressfoto/freepik

Descredenciamento, reembolso e reajuste de tarifas foram as maiores reclamações em 2023

O Idec (Instituto de Defesa de Consumidores) divulgou no último dia 13 de março, durante a semana do consumidor, o seu tradicional levantamento com números de queixas e reclamações registrados no ano passado. E, para manter uma triste tradição, o setor de planos de saúde segue na ponta do ranking de 2023, atingindo o maior percentual em relação aos outros temas deste 2018.

Sabino Silva foi um desses consumidores que reclamaram sobre a prestação de serviços de plano de saúde. No ano passado, o comerciante estava fazendo acompanhamento com cirurgião geral para tratamento de hérnias. Até a consulta com o médico, parecia tudo certo, porém, quando o paciente foi realizar os exames pré-cirúrgicos começaram as dores de cabeça.

“Primeiro foi eu chegar na clínica com o preparo todo pronto para o exame e o atendente dizer que meu plano havia sido descredenciado da clínica e que só poderia fazer o exame caso eu pagasse particular. Obviamente recusei e entrei em contato com o plano para saber o que estava acontecendo. Eles pediram desculpas e ficaram de encontrar um outro local onde eu pudesse fazer o exame. Mais de dois meses depois, e muita chateação e reclamações marcaram meu exame. Essa foi apenas uma das vergonhas e inconvenientes que passei com um determinado plano. Quando pedi o cancelamento, não queriam fazer e tentaram me empurrar mais duas parcelas. Perdi minha paciência e denunciei a empresa. É um descaso total com quem está pagando caro por um serviço e não tem”, reclama Silva.

De acordo com o levantamento do Idec, as reclamações contra as empresas de planos de saúde tiveram a maior porcentagem entre os associados da Instituição, com 29,3% do total. 

As principais queixas relativas aos serviços de saúde eram dúvidas e reclamações a respeito de contratos (envolvendo, principalmente, descredenciamentos e problemas com reembolsos), e reajustes de planos de saúde, ambos com 29,7%, seguido por negativa de cobertura com 8,74%. 

O Idec afirma que essas três questões estão entre os principais pontos de atuação da entidade de defesa de consumidores, como por exemplo a campanha pela regulamentação dos planos coletivos, a pesquisa sobre as diferenças entre os reajustes do setor, a cobrança por regras mais justas de descredenciamento, e a defesa pelo entendimento mais amplo do rol de procedimentos da ANS.

Serviços financeiros

O levantamento do Idec ainda destaca o segundo setor com mais reclamações no país. Este é a categoria de serviços financeiros. De acordo com os dados divulgados, 19,4% das reclamações feitas ao instituto eram sobre o setor.

Dentro desse segmento, o maior número de reclamações foi novamente sobreproblemas relacionados à segurança das transações bancárias e golpes, que ficaram disparados em primeiro lugar (21,6%), seguido de cobranças indevidas (14,7%) e renegociação de dívidas (14,2%). Só esses três primeiros grupos de problemas representam mais de 50% das demandas de serviços financeiros no ano e também estiveram no radar do Idec, que cobrou mais segurança dos bancos contra golpes, entrou na Justiça contra o bloqueio de celulares em contratos de pessoas endividadas e cobrou a efetiva implementação da lei do superendividamento no país.