segunda-feira, abril 29, 2024
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Polo Digital Central de Brasília pode transformar SCS

Foto: Gabriel Jabur – Agência Brasília

Segundo representante da Associação Comercial do Distrito Federal, projeto pode significar um grande passo para a recuperação do estado de degradação vivenciado na área central de da capital

Projeto de um polo digital no Setor Comercial Sul, na Asa Sul, defendido pela ACDF (Associação Comercial do Distrito Federal), por outras entidades e empresários vem tomando forma e pode sair do papel a qualquer momento. O nome já está definido: Polo Digital Central de Brasília, e pode representar um grande passo para a recuperação do estado de degradação da área central de Brasília. Tratativas estão em andamento com o intuito de formalizar o projeto o quanto antes.

Na última semana, aconteceu café da manhã onde o tema foi tratado com todas as partes envolvidas no projeto. O consenso é de que o projeto é possível e viável. Porém, só poderá se concretizar caso seja colaborativo, inclusivo, expansionista e importante para que Brasília defenda a sua posição de líder no mercado de software e serviços para a iniciativa privada, e para o governo federal – principal comprador de tecnologia da América Latina, em face de um market share de 11% no cenário nacional.

De acordo com o esboço apresentado ao DF Notícias, “os impactos esperados, são: fortalecimento do Sistema Regional de Inovação; criação de Ambiente Tecnológico de Alto Impacto para a Sociedade; embasamento da economia do Futuro; incrementação da Receita Pública; influencia na Matriz Produtiva do DF – segundo a sua vocação; geração de novas oportunidades de Emprego e Renda”.

Em entrevista, Ligia Meirelles, da TGT Digital S/A. disse que, “o Setor Comercial já possui ilhas de excelência em tecnologia, a exemplo do Laboratório do Bancoob, da área de desenvolvimento de meios de pagamento do SICOOB, no Edifício Sofia; da TGT Digital S/A no Edifício Bandeirantes – detentora da única blockchain permissionada do Brasil, 100% nacional e com DNA candango; dos escritórios inteligentes da Pro-Office e de outras tantas destacadas nacionalmente, software houses e empresas de prestação de serviços, espalhadas pelos edifícios”. 

Ligia disse que, “entendemos que um projeto ordenado com pensamento de conceituação da área a este fim terá bons resultados, isso já é uma realidade, o processo de transformação já começou”, disse.

Durante reunião com representantes do setor, o Secretário de Economia, André Clemente, propôs que se classifique o SCS como ADE- Área de Desenvolvimento Econômico. Além disso, o chefe da pasta se comprometeu a receber, via plano de curto, médio e longo prazos, as reivindicações dos empresários da região. A empresária ressalta que “a participação do governo é indispensável, pois, esse projeto está alicerçado sob três pilares: Sociedade, Governo e Investidores”, pontuou Ligia.

“Precisamos trabalhar juntos para construir a nossa identidade, disponibilizando os espaços urbanos e dos edifícios que conversem com a finalidade de construir um robusto ecossistema para o Polo Digital Central de Brasília, com empresas, instituições e negócios que interajam entre si,  tornando-se sistemas colaborativos e produtivos para a geração de inovação, transformação e novos negócios que irão, consequentemente, trazer desenvolvimento econômico para o Distrito Federal e promover a recuperação do degradado SCS”, enfatiza a empresária.

Proposta

A ideia se consolida pelo exemplo bem-sucedido da revitalização da área degradada do Porto Digital de Recife: sua atuação se dá nos eixos de software e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Economia Criativa (EC), com ênfase nos segmentos de games, cine-vídeo-animação, música, fotografia e design. Desde 2015 o Porto Digital também passou a atuar no setor de tecnologias urbanas como área estratégica.

Reconhecido por sua territorialidade singular entre parques tecnológicos, o Porto Digital é um parque urbano instalado no centro histórico do Bairro do Recife e nos bairros de Santo Amaro, Santo Antônio e São José, totalizando uma área de 171 hectares. A região, antes degradada e de pouca importância para a economia local, vem sendo requalificada de forma acelerada em termos urbanísticos, imobiliários e de recuperação do patrimônio histórico edificado desde a fundação do parque, em 2000. Até o momento já foram restaurados mais de 138 mil metros quadrados de imóveis históricos.

O Porto Digital é fruto e referência nacional de uma ação coordenada entre governo, academia e empresas, conhecido como modelo “Triple Helix”. Essa iniciativa propiciou o ambiente necessário para fazer com que o Porto Digital se transformasse num dos principais ambientes de inovação do País. O Porto Digital foi considerado pela Associação Nacional de Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em 2007, 2011 e 2015, o melhor parque tecnológico do Brasil.”

Florianópolis também conta com um polo tecnológico e de inovação. A cidade é considerada a melhor cidade para fazer negócios no setor de serviços no ranking da Urban System. O município apresentou contas no azul nos últimos anos quando o assunto é empresas de TI. Com mais de 4.000 empreendimentos de tecnologia e inovação instaladas na cidade, o setor representa 14% do PIB da capital catarinense, de acordo com dados da prefeitura. O polo também é um dos modelos estudados pelos interessados no Distrito Federal.

“Hoje o centro-oeste responde por percentual de 13% de faturamento de tecnologia no Brasil. Nós nos espelhamos no porto digital de Recife e no que virou o polo digital de Florianópolis. Aqui temos um ponto importante, na Quadra 6 do Setor Comercial Sul”, conclui Lígia.

Resultados esperados

No DF, os detentores do projeto visam gerar melhoria da qualidade de vida, recuperando espaço degradado; contribuir para o desenvolvimento sustentável do Distrito Federal; priorizar ações de preservação ambiental; comprometimento com atividades de integração comunitária (estratégias de convivência); obter projeção nacional e internacional; possibilidade de expansão do projeto a outras unidades; fortalecimento da economia local; incremento de investimentos e internacionalização de empresas do DF.