TDAH não é coisa só de criança
Foto: Freepik
Entender o transtorno minimiza impactos na vida do indivíduo e auxilia no equilíbrio físico e mental
O mês de outubro é amplamente reconhecido pela campanha do Outubro Rosa, voltada à prevenção do câncer de mama, mas também traz outra pauta importante: o Outubro Laranja, dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O transtorno, muitas vezes associado apenas à infância, é um distúrbio neurobiológico de origem genética que, se não for diagnosticado e tratado precocemente, pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. Estudos indicam que cerca de 60% das crianças diagnosticadas com TDAH continuam apresentando sintomas na vida adulta.
Nos adultos, o transtorno tende a se manifestar de forma mais sutil, o que dificulta o diagnóstico. É comum que o TDAH seja confundido com ansiedade, depressão ou outros distúrbios emocionais, já que o adulto costuma enfrentar problemas de desorganização, dificuldade de concentração e procrastinação. Deixar tarefas pela metade, ter rendimento abaixo da capacidade intelectual e demonstrar instabilidade profissional são alguns sinais que podem indicar a presença do transtorno. Além disso, muitos adultos relatam oscilações de humor, ansiedade diante de tarefas pouco estimulantes e dificuldades de relacionamento.
Os efeitos colaterais do TDAH não se limitam ao comportamento. Insônia, gastrite, nervosismo, cefaleias e diminuição do apetite estão entre os sintomas físicos que afetam a rotina e o bem-estar dessas pessoas. A falta de compreensão sobre o transtorno costuma agravar a situação, gerando sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Por isso, compreender o TDAH é essencial para promover acolhimento, reduzir o estigma e estimular o tratamento adequado.
Falar sobre o TDAH é, acima de tudo, reconhecer que cada cérebro funciona de forma única e que o apoio emocional faz diferença no controle dos sintomas. O acompanhamento médico e terapêutico, aliado ao autoconhecimento e a hábitos saudáveis, pode contribuir significativamente para o equilíbrio e o autocontrole físico e emocional. O Outubro Laranja reforça essa mensagem: mais do que conscientizar, é preciso compreender e respeitar as diferenças, abrindo espaço para um olhar mais empático sobre quem vive com o transtorno.