quarta-feira, novembro 6, 2024
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Maio Furta-Cor: cuidados com saúde mental materna

Foto: Freepik

Campanha chega a sua terceira edição visando chamar atenção para a importância de cuidar de quem cuida

Criada em 2021 pela psicóloga clínica e perinatal Nicole Cristino e a psiquiatra e psicoterapeuta Patrícia Piper, a campanha é realizada simultaneamente em todo o Brasil e em outros 17 países, com ações voluntárias, comunitárias, democráticas, apartidárias e sem fins lucrativos.

O mês de maio foi estrategicamente escolhido para a realização da campanha, por conta da comemoração do Dia das Mães. A justificativa da proposta é que antes de celebrar a vida da genitora, é necessário olhar, escutar e acolher as emoções e sentimentos dessa mulher que pode estar em sofrimento psíquico sem nem mesmo se dar conta disso.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), uma em cada quatro mães em situação de vulnerabilidade socioeconômica no Brasil apresentam sintomas depressivos no primeiro ou segundo ano pós-parto ou em ambos.

Outra pesquisa, Nascer no Brasil realizada pela Fiocruz, revelou uma prevalência de 26,3% de sintomas de depressão entre seis e 18 meses após o parto, sendo que cerca de 60% das mulheres apresenta indícios já na gestação, sem ser diagnosticada nem devidamente tratada. 

De acordo com os profissionais da área, os dados são alarmantes porque não as questões emocionais não interferem somente na vida da mulher-mãe, mas afeta diretamente a criança, a família, a economia e, consequentemente, toda a sociedade.

A psicóloga Rita Rocha (CRP 01/19406) explica que “essa luta não é só pelas mães, mas também pelas crianças que sofrem e são impactadas diretamente por tais condições. Diversos estudos afirmam que a depressão materna tem impacto negativo em diferentes aspectos do desenvolvimento e da saúde mental das crianças. Mães vivendo com depressão apresentam menos estímulos sensoriais, cognitivos e afetivos aos filhos”.

De acordo com o movimento, em dois anos de campanha foram aprovadas mais de 30 leis municipais, ao menos três leis estaduais e há representação em mais de 17 países. Atualmente, são cerca de 300 representantes da campanha nas cinco regiões do Brasil.

“Não é possível promover saúde mental materna e transformar a desassistência atual sem a construção de políticas públicas de saúde e leis que amparem e assistam às mulheres-mães”, afirma Rita.

Marcha

Entre as várias programações que serão desenvolvidas durante todo o mês de maio por diversas unidades de apoio mental do Distrito Federal, duas movimentações ganham destaque na capital: a audiência pública na Câmara Legislativa no dia 12 de maio às 14hs, que levará propostas de políticas públicas voltadas para as mães do DF. E no dia seguinte – 13 de maio-, a Marcha Furta-Cor, que terá concentração e saída do estacionamento 10 do Parque da Cidade a partir das 9hs.

Para maiores informações basta acessar o site da campanha ou as redes sociais do movimento.