quarta-feira, maio 8, 2024
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Água: é preciso uso consciente

Ministério Público e TCU pediram avaliação do risco real de racionamento no país. Caesb descarta possibilidade no DF, mas alerta para hábitos simples que podem garantir segurança hídrica para os próximos meses

O Dia Mundial do Meio Ambiente comemorado neste sábado, 5 de junho, traz diversas reflexões para a população e para o governo do Distrito Federal sobre o assunto. O tema este ano para celebrar a data na capital é “A restauração dos ecossistemas”.
O evento também traz um alerta: o início do período de estiagem, que chegou no Distrito Federal e vai até o mês de setembro. Nesse período os brasilienses sofrem com a ausência de chuvas e a queda da temperatura e da umidade do ar. Autoridades ressaltam que é fundamental fazer o uso racional da água neste momento e garantir a segurança hídrica.
A escassez de recursos hídricos em várias partes do país tem preocupado população e autoridades. No início desta semana, o Subprocurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, enviou um ofício à Ministra-Presidente do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, para que “a Corte de Contas proceda à adoção das medidas de sua competência necessárias a acompanhar a suficiência e a adequação das ações adotadas pelo governo federal para evitar um novo racionamento de energia decorrente da crise hídrica que atravessa o país”.
Por outro lado, as autoridades no Distrito Federal descartam essa possibilidade na região. De acordo com a Caesb, “o maior reservatório do DF, o do Descoberto, verteu continuamente entre 15 de fevereiro e 15 de maio. Já o de Santa Maria verteu entre os dias 14 de fevereiro e 16 de março, atingindo novamente seu nível máximo em 20 de abril. Os altos índices representam segurança hídrica para o DF atravessar o período da seca, mas é preciso manter os hábitos de consumo consciente da água”.
De acordo com a Companhia: “A Caesb trabalha no monitoramento constante para garantir a segurança hídrica. No entanto, é importante que toda a população se envolva e faça o uso racional da água, evitando desperdício. Pequenas ações do dia a dia contribuem substancialmente na preservação deste recurso finito. Fazer reuso de água em casa, reduzir o banho ou, até mesmo, não usar mangueira para lavar a calçada e o carro são atitudes conscientes e que fazem a diferença”.
Segundo o gerente de Planejamento e Controle Operacional da Empresa, Cristiano Gouveia, “a Caesb destina esforços em diferentes linhas de atuação para promover a segurança hídrica à população do DF. As ações vão desde a ampliação de sistemas produtores de água, passando pela instalação ou reforma de unidades operacionais, ações para controle e redução de perdas, educação ambiental, proteção de mananciais, automação de processos industriais, entre outras”.
“A Caesb opera seus reservatórios em busca de armazenar o maior volume de água possível durante a época de chuvas no DF. Durante esse período, a preferência em termos de captação é a fio d’água (sem reservatório). Dessa forma, busca-se iniciar o período de seca com bons volumes reservados nos lagos Descoberto e Santa Maria, além do Lago Paranoá, que passou a ser um manancial para o abastecimento de água no DF em 2017. Dependendo do comportamento durante o período de seca e da recuperação de cada um desses reservatórios no período chuvoso anterior, a Caesb pode realizar modificações na forma de utilização dos mananciais, preservando aquele que esteja em situação de maior vulnerabilidade”, afirma o gerente.
Ele alerta que, “à medida em que o período de seca se intensifica no DF, a disponibilidade hídrica nas captações a fio d’água (sem reservação) diminui. Então, os reservatórios (que acumularam água no período de chuva), precisam fornecer mais água para complemento da demanda. Assim, é natural que durante o período de seca os níveis dos reservatórios caiam. Em termos gerais no DF, os meses de maior consumo possuem um acréscimo de aproximadamente 7% em relação à média anual. Entretanto, algumas regiões demandam acréscimos superiores à média do DF, obtendo incrementos da ordem de 10%. A população deve sempre fazer a sua parte e utilizar a água de forma racional e evitar os desperdícios”.

Situação favorável

Os boletins de monitoramento das pequenas captações, até então, indicam que 2021 poderá ser um ano de boas vazões. As observações de março deste ano apresentaram valores próximos ou superiores aos percebidos em março de 2020 (que foi um ano com boa disponibilidade hídrica). Além disso, a Companhia aponta que “é possível afirmar que foram realizados importantes investimentos na melhoria dos sistemas. O período de estiagem de 2021 contará com a operação de melhorias executadas, e outras em execução, que reforçarão os sistemas com maior dependência de captações a fio d’água no DF, localizadas em Sobradinho, Planaltina, Jardim Botânico e São Sebastião”.

Como manter a economia de água

• Verificar regularmente possíveis vazamentos em casa;
• Irrigar as plantas com regador ao invés de mangueira;
• Quem tem áreas externas, preferir plantas nativas do Cerrado, que são mais resistentes e demandam menos água;
• Usar aeradores de torneira que consomem menos água;
• Retirar os restos de comida da louça a ser lavada e usar uma bacia para colocar a louça enquanto passa o sabão. E enxaguar todas de uma vez;
• Quem tem piscina, mantê-la coberta fora do período de uso;
• Usar baldes para lavar o carro, janelas, etc;
• Reaproveitar a água da lavagem de roupas para lavar pisos e áreas externas;
• Juntar várias peças de roupas sujas para usar a máquina de lavar apenas uma vez.
Além dessas dicas, é preciso pensar na água invisível, que é a água despendida para consumo de produtos e serviços, utilizada na produção de alimentos, na indústria, no comércio e lazer, por exemplo. É importante compreender que o cuidado e a responsabilidade com a água não se restringem apenas àquela fornecida nas torneiras, mas em toda a cadeia de consumo.