segunda-feira, abril 29, 2024
Desta semanaSaúde

Chuvas aumentam risco de contaminação com leptospirose

Fotos: DFN

Doença é causada por bactéria que pode ser encontrada nas enxurradas, lama e barro de enchentes

Com o período chuvoso em pleno vigor, surge uma preocupação adicional à saúde pública: o aumento dos casos de leptospirose. Diferentemente da dengue, esta doença é transmitida principalmente pela exposição a águas contaminadas provenientes de enxurradas, alagamentos, caixas de esgoto, lama e barro de enchentes. A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de animais infectados, sendo ratos e ratazanas os principais transmissores no ambiente urbano.

Segundo o médico veterinário da Secretaria de Saúde (SES-DF), Frederico Braz, a contaminação pode ocorrer quando as pessoas entram em contato com água, lama ou esgoto contaminados por esses roedores. A bactéria entra no organismo através de pequenos ferimentos na pele ou pela permanência prolongada em ambientes úmidos.

Os sintomas, que podem se manifestar entre o sétimo e o décimo quarto dia após a exposição, incluem febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas e vômitos. O médico David Urbaez, Referência Técnica Distrital (RTD) de Infectologia da SES-DF, destaca características adicionais, como vermelhidão nos olhos e dores musculares intensas na região lombar e panturrilhas.

Em casos mais graves, cerca de 15% dos pacientes podem desenvolver a Síndrome de Weil, caracterizada por icterícia, fraqueza, insuficiência renal e hemorragias, podendo levar à morte.

Dados da SES-DF revelam que, em 2023, foram notificados 115 casos suspeitos de leptospirose no Distrito Federal, resultando em oito confirmações e um óbito em Samambaia.

Tratamento e prevenção

O tratamento, geralmente à base de antibióticos, é mais eficaz quando iniciado precocemente. A SES-DF ressalta a importância de procurar assistência médica ao apresentar os primeiros sintomas, disponível em toda a rede pública de saúde.

A prevenção é crucial para evitar a disseminação da leptospirose. A população é orientada a evitar ambientes propícios a roedores, promover a desratização em áreas de risco e adotar precauções, como a correta disposição de resíduos de alimentos e a proibição de atividades em águas contaminadas.

Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde realizam inspeções em caixas de esgoto e aplicam raticida em locais identificados com vestígios de roedores. A colaboração da população, por meio da denúncia de casos suspeitos e da adoção de medidas preventivas, é essencial para a eficácia dessas ações conjuntas.