sábado, dezembro 7, 2024
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Baixa imunização infantil acende alerta

Foto: Acácio Pinheiro – Agência Brasília

Autoridades de saúde alertam para a importância da atualização do cartão de vacinas de crianças mesmo diante da pandemia. A falta de imunização pode abrir portas para que doenças já erradicadas voltem a circular

Continuam preocupantes os baixos índices de vacinação infantil no mundo. No último dia 15 de julho, o Unicef divulgou pesquisa, realizada juntamente com a OMS, que aponta que vinte e três milhões de crianças não receberam as vacinas básicas por meio dos serviços de vacinação de rotina em 2020 – 3,7 milhões a mais do que em 2019. Os números são referentes a imunização infantil em todo o mundo e são os primeiros dados oficiais que refletem as interrupções da vacinação por conta da pandemia de covid-19.

De acordo com a publicação, a maioria dessas crianças – até 17 milhões de meninas e meninos – provavelmente não recebeu uma única vacina durante o ano, ampliando as já imensas iniquidades no acesso à vacina. A maioria dessas crianças vive em comunidades afetadas por conflitos, em locais remotos mal servidos ou em ambientes informais ou em favelas, onde enfrentam várias privações, incluindo acesso limitado a serviços básicos de saúde e sociais.

Embora esse seja o panorama mundial, realidade de baixa imunização infantil também é identificada no DF. A Secretaria de Saúde revela que de janeiro a abril deste ano, a cobertura vacinal para o calendário infantil está abaixo da meta para a maioria dos imunizantes.

“Apesar de as coberturas vacinais estarem em decréscimo mesmo antes da pandemia, a situação epidemiológica atual potencializou essa queda, uma vez que as pessoas estão procurando menos as salas de vacinas de rotina e temos visto um número maior de crianças com as vacinas atrasadas”, destaca enfermeira Fernanda Ledes, da área técnica de imunização da Secretaria de Saúde (SES).

É importante ressaltar que a baixa vacinação das crianças abre espaço para que doenças já erradicadas, como sarampo e poliomielite, voltem a circular. Sendo assim, pais e responsáveis devem cumprir o calendário vacinal definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. As vacinas são extremamente importantes e devem ser aplicadas nas faixas etárias, esquemas e doses determinadas para que forneçam a proteção adequada.

“Orientamos que os pais das crianças e também os adultos mantenham a sua situação vacinal atualizada. Apenas com as coberturas vacinais elevadas nós conseguiremos manter as doenças imunopreveníveis – aquelas que podem ser evitadas com vacinas – afastadas. Mesmo em tempos de pandemia, sabemos que é essencial que todas as pessoas estejam com as vacinas em dia para que essas doenças não voltem a circular”, alerta Fernanda Ledes.

O governo do DF afirma que a meta de cobertura vacinal utilizada no Distrito Federal segue os parâmetros do PNI, de 80% para as vacinas contra o HPV e meningocócica C em adolescentes; 90% para as vacinas BCG e rotavírus e 95% para as demais vacinas indicadas na rotina do Calendário Nacional de Vacinação.

A rede pública de saúde do Distrito Federal oferece 19 vacinas de rotina, que vão do bebê ao adulto. É indispensável que toda a população esteja atenta ao calendário de imunização que traz a idade e as doses recomendadas. A Secretaria de Saúde salienta que as vacinas do calendário nacional estão disponíveis nas salas de vacinação nas unidades básicas de saúde (UBSs).