Pesquisa aponta déficits e demandas habitacionais do DF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Levantamento mostra que a capital apresenta demanda de mais de 72 mil novos domicílios
No dia 19 de outubro, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresentou os relatórios e sumários executivos sobre o Déficit Habitacional e a Demanda Habitacional Demográfica do DF, com base nos dados da última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) realizada em 2021.
O déficit habitacional é um indicador crucial que evidencia as carências no estoque de moradias, auxiliando na orientação das políticas públicas de habitação. Ele visa mensurar o número de domicílios que não atendem aos serviços habitacionais básicos. Os componentes que contribuem para o cálculo do déficit incluem habitações precárias, coabitação e gastos excessivos com aluguel.
Por sua vez, a demanda habitacional demográfica avalia a necessidade de novas moradias para a população na faixa etária de 24 a 64 anos, que tem a capacidade de formar novos arranjos domiciliares. Esse indicador calcula o número de adultos em um domicílio, excluindo o chefe da família e seu cônjuge, ponderando a proporção de chefes de família por faixa etária.
Anamaria Aragão é coordenadora de Estudos Territoriais do IPEDF e afirma que”identificar e analisar os domicílios nessas condições e os potenciais demandantes de novas moradias é fundamental para fomentar políticas habitacionais e contribuir para a redução do déficit habitacional no DF”.
Déficit Habitacional
Segundo os dados da PDAD 2021, o déficit habitacional no DF era de 100.701 domicílios, cerca de 10% dos 963.812 domicílios considerados. As regiões administrativas de média-baixa renda, como Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e SIA, apresentaram os maiores percentuais de déficit, com renda domiciliar média de R$ 3.933 e 48.977 domicílios nessa situação, o que representa 48,64% do total. O estudo também apontou que 81 mil domicílios em déficit eram alugados, e que 46% dos domicílios próprios em déficit não tinham escritura.
Demanda Habitacional Demográfica
Com base na PDAD 2021, a demanda habitacional demográfica no DF era de 105.317 domicílios, aproximadamente 11% dos 963.812 domicílios estimados. A análise considerou a faixa de renda dos demandantes por moradia, estimando cerca de 63.738 domicílios para aqueles com renda de zero a três salários mínimos, 4.862 domicílios na faixa de três a cinco salários mínimos e 3.448 domicílios para aqueles com renda de cinco a doze salários mínimos. Em relação ao perfil dos demandantes, 36,02% tinham entre 24 e 29 anos, 41% possuíam ensino médio, 40% tinham ensino superior, e 60% estavam empregados, com 54,06% no setor privado e 14,42% no setor público.
Esses estudos são fundamentais para direcionar políticas públicas e iniciativas que visam abordar o déficit habitacional e atender às demandas da população, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas no Distrito Federal.
Com informações do IPEDF