segunda-feira, abril 29, 2024
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Proibido som automotivo no Taguaparque

Foto: Paulo H. Carvalho – Agência Brasília

Moradores e frequentadores reclamavam há anos sobre o problema que literalmente tirava o sono de quem reside próximo ao local

Para moradores próximos ao Taguaparque, no Pistão Norte, muitas madrugadas, principalmente aos finais de semana, pareciam intermináveis por conta do barulho produzido por som automotivo.

Mas medida tomada pela Administração Regional de Taguatinga, em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), atendeu a uma antiga demanda da população da região e instalou 16 placas proibindo som automotivo nos estacionamentos do Taguaparque.

A reclamação vinha há anos, e com a pandemia o problema com música alta piorou. Por conta das medidas de isolamento, muitos grupos aproveitavam o espaço do parque para fazer reuniões embaladas por música alta madrugada a dentro.

Morador que preferiu não se identificar, conta que por diversas vezes informou à polícia sobre o barulho produzido pelos sons dos carros. “Perdi as contas de quantas vezes acionei a polícia. Algumas vezes funcionou, outras, a ligação nem era atendida e eu tinha que virar a noite com um barulho insuportável. Trabalhar no outro dia era uma missão de concentração e persistência e muita força”, conta.

O diretor do Taguaparque, Daniel Leite, disse ao DF Notícias que está muito satisfeito com a medida e espera que as ocorrências diminuam, visto que diariamente chegam a ele reclamações sobre a perturbação no parque. “Muitas reclamações chegam à Polícia Militar, mas muitas chegam a nós também. As reclamações são praticamente diárias, principalmente aos finais de semana. Temos, em média, dez relatos por semana de moradores e usuários do parque incomodados com o som de carros muito alto”.

De acordo com o governo, a iniciativa tem por objetivo garantir a tranquilidade de pessoas que moram nas proximidades. O local, maior parque de Taguatinga e um dos maiores parques urbanos do Distrito Federal, recebe cerca de 20 mil pessoas nos finais de semana.

Mesmo com as placas instaladas indicando a proibição do som automotivo, há quem desrespeite a norma e insista em reproduzir música alta em áreas do parque. “A medida é muito recente, porém a sinalização deixa bem clara a proibição. Mas mesmo assim, no último final de semana tivemos um episódio de desrespeito por parte de alguns usuários. No sábado aconteceu um evento próximo ao Ginásio sem a anuência e autorização da administração. Som alto e vários carros em cima da grama. Houve reclamações”, conta o diretor Daniel.

Segundo o governo, o parque foi um dos locais de Taguatinga que mais demandou cuidados por parte da administração regional e das forças de segurança durante o período de isolamento decretado pelo governador Ibaneis Rocha para o enfrentamento da pandemia de covid. Algumas pessoas insistiam em se reunir na área, embaladas por som automotivo em alto volume.

De acordo com o administrador regional, Renato Andrade, os eventos estão proibidos, mas visitantes insistiam em ligar o som alto dos carros, o que causava reclamação por parte dos moradores da vizinhança. “A solução encontrada foi a instalação de placas em pontos estratégicos, proibindo som automotivo”, explicou o administrador. Andrade acredita que essa medida educativa vai resolver o problema.

Perturbação é crime

Desde que a pandemia do novo coronavírus foi confirmada e as medidas de isolamento social foram adotadas para conter o avanço do contágio da covid-19, o trabalho de averiguação de perturbação ao sossego pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) aumentou de maneira significativa.

Diante disso, a força de segurança ressalta que não precisa passar das 22h para que gritaria, som alto, barulho de animais, máquinas industriais, carros, algazarras em bares e festas se tornem incômodo e sejam denunciados. A Polícia Militar informa que a qualquer hora o cidadão que tiver seu sossego perturbado pode denunciar comportamento. Além disso, a PM ressalta que atitude inconveniente é uma contravenção penal passível de prisão, de 15 dias a três meses, de acordo com artigo 42 do Decreto-Lei Nº 3.688/41 (Lei de Contravenções Penais).

Mesmo podendo resultar em prisão e multa, muitos brasilienses têm ignorado as leis e o bom senso e tirado a paz de muitos outros.

De acordo com o GDF, os números de chamadas registradas pelo Centro de Operações da Polícia Militar são alarmantes: só no ano passado, foram 21.976 chamadas referentes a som alto em residências e 17.016 registros de perturbação da tranquilidade.