segunda-feira, outubro 7, 2024
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“Quero dar continuidade ao legado do meu avô”

FOTO: DFN

O jovem político recebeu a equipe do DF Notícias para uma entrevista onde conta um pouco sobre suas origens, valores, e projetos para a cidade

A conversa começou com Joaquim contando sobre quando descobriu sua vocação política e o que o motiva a seguir nesse caminho. “Tive essa percepção quando comecei a fazer agenda com minha mãe (Jaqueline Roriz, ex-deputada distrital e federal), quando eu era adolescente. E o que me motiva é o carinho que as pessoas têm pelo meu avô. É uma coisa natural, eu me sinto tão a vontade. Tenho ânimo para fazer minhas agendas, reuniões porque sei que vou num ambiente que vou ser tão bem tratado que vira uma coisa agradável que eu não quero que acabe”.

“Eu me lembro das primeiras vezes que eu fui a um restaurante comunitário. Quando alguém descobria que eu era o neto do Roriz as pessoas começavam a chorar. Hoje ainda acontece da mesma forma. No mês passado, em uma visita a um restaurante comunitário, encontrei uma pessoa que estava lá com os dois filhos. Ele identificou minha equipe que estava com a camisa com o Z de Roriz e ele falou ‘Joaquim – e começou a chorar, um homem de uns 50 anos – os meus filhos não morreram de fome por causa disso aqui que seu avô fez”, contou emocionado.

O neto de Roriz afirma que sempre quis entrar na política, mesmo com a mãe sugerindo outras carreiras. “Eu sempre quis entrar na política porque eu sempre gostei de ver as pessoas felizes. Tanto que quando fui para faculdade, a minha mãe chegou a falar para mim ‘Joaquim por que você talvez não pense em outra coisa, por que você não forma em administração para você vir cuidar da fazenda, tocar o negócio da família?’”

Mas o jovem já sabia o que queria. “Então eu fui para faculdade fazer economia, mas sabendo que eu queria ciências políticas e que eu ia me formar e voltar para cá para fazer política. Já estava decidido, a vida toda, o que eu queria fazer”, revela Neto.

Depois de ter concluído seu curso de ciências políticas na Universidade de Nova York, Roriz Neto voltou para Brasília empenhado em desenvolver seu projeto político. Mas sempre é questionado sobre seus motivos para escolher esse caminho.

“Eu já esbarrei com pessoas que me perguntaram se eu estou na política só por causa do meu avô. Eles me perguntam o que eu fiz para me preparar para isso. De certar forma, você precisa ter um propósito, uma paixão. Mas o que percebemos são pessoas que entram na política sem propósito. Entram porque querem ter o nome na urna, entram porque querem ter a foto numa bandeira, mas não tem um propósito. Mas além disso, é preciso ter preparo e conhecimento. Então, desde cedo, eu sabia o que as pessoas iam tentar usar para me atingir, por isso, até de forma preventiva, eu decidi me formar em ciências políticas.

Estilo de vida

Para a família Roriz, política não é profissão, é um estilo de vida. Joaquim conta que a mãe, Jaqueline, sempre lhe disse que “política não é profissão é vocação”. E esse ensinamento veio da avó, Dona Weslian. “Minha avó decidiu que faria parte do projeto de vida do meu avô, que era ser político. Então ela conta que já foi motorista do meu avô, que enquanto ele fazia as reuniões ela levava café para as mulheres. Quando minha mãe e minhas tias já estavam adolescentes, minha vó colocava todo mundo para estar nos projetos com eles, fazendo trabalho de campanha juntos na rua. E isso é dedicação. E graças a Deus eu tenho isso com a minha esposa. Ela sempre gostou e sempre me apoiou. Inclusive se dispondo a me acompanhar nas reuniões, indo para rua, recebendo pessoas. Então eu posso dizer que uma das receitas para se ter sucesso é ter uma família que te apoia”, conta o jovem.

Legado

Joaquim Roriz Neto entende que a política não é um trabalho temporário e que a carreira é construída ao logo do tempo, ainda mais por ser herdeiro do legado de um dos políticos mais emblemáticos do país.

“Sei que é uma caminhada longa e árdua. Há muita expectativa sobre o meu nome e que sempre vão me comparar ao meu avô, mesmo que eu tenha meus próprios méritos. Por isso a gente tem que trabalhar com muito mais determinação do que outros, porque ninguém se chama Joaquim Roriz, só eu”, diz.

“E esse é um trabalho que quero fazer por muito tempo. E tenho dito que hoje sou pré-candidato a deputado distrital, mas eu quero fazer um trabalho para que um dia eu seja candidato a governador de Brasília. Para eu, de fato, dar continuidade ao legado do meu avô”.

Nova fase

Em 2018, o neto de Joaquim Roriz tentou se eleger para deputado federal por uma decisão do partido que era filiado. Contudo, não houve êxito no projeto que teve apenas 45 dias para ser trabalhado. Questionado sobre as diferenças entre o Joaquim de 2018 e o de 2022, Neto afirma estar mais organizado e preparado para assumir uma vaga no legislativo.

“Em 2018 eu ainda não tinha certeza de que aquele seria o momento de eu me candidatar, porque eu ainda sentia um pouco de falta de preparo por minha parte. Pensava que de alguma forma eu precisava ter atuado em algum cargo público, seja em uma administração, seja uma secretaria para pegar o pique de trabalho dentro do governo. Mas, durante as convenções do partido decidiram me lançar como candidato a deputado federal faltando pouco tempo para as eleições. Tive 45 dias para trabalhar na minha candidatura que sofreu por falta de organização prévia. E hoje eu sei que o mais interessado sou eu, então eu corro atrás, eu estou empenhado nos bastidores da pré-campanha para fazer ela girar, não posso colocar isso na mão de outras pessoas. Além disso, agora, eu tenho a experiência de ter trabalhado como subsecretário de atendimento à comunidade, o que me deu uma grande oportunidade de conviver com as lideranças comunitárias das cidades e isso me ajudou a criar uma perspectiva das peculiaridades de cada cidade de uma maneira muito privilegiada. De 2018 para 2022 estou mais organizado e mais preparado e finalmente podendo disputar o cargo que eu sempre quis”, revela.

Projetos

Roriz Neto conta que há duas vertentes que guiam seus projetos. A primeira é a assistência social – marca registrada da família Roriz – e segunda, a juventude do Distrito Federal.

“Quero trabalhar de fato a questão da assistência social. Tem projetos do meu avô que precisam ser resgatados como pão e leite e expandir o projeto dos restaurantes comunitários. As pessoas pedem a volta da Mãe Crecheira, onde as mulheres deixavam seus filhos com uma pessoa de confiança, da comunidade, para ir trabalhar e o governo ajudava. A mãe não tinha que escolher entre trabalhar ou cuidar dos filhos”.

“E a outra bandeira, uma minha pessoal, é dar representatividade e condições para os jovens. Durante o período de pré-campanha eu fui vendo que essa necessidade é maior do que eu pensava. Eu chego em algumas casas e as pessoas me falam, ‘Joaquim o seu avô me deu casa e emprego, hoje eu estou aposentada, mas o meu filho tá desempregado’. Então eu sei qual a minha missão, meu avô cuidou de uma geração, mas os filhos e os netos dessa geração estão desempregados e eles não têm moradia e eu vou trabalhar para eles terem a mesma dignidade que a geração que meu avô cuidou teve. Eu sei que meu trabalho é esse e que ele não acaba como deputado distrital, tem que ser levado a diante”, afirma.

“Para fazer isso eu tenho três pensamentos. Primeiro é colocar de fato cursos profissionalizantes nas escolas para o jovem sair perito em algum assunto que já interessa a ele. O segundo é fazer parcerias com pequenas empresas, oferecendo incentivos fiscais. E a outra vertente que quero trabalhar para criar essa empregabilidade para o jovem é fazer de Brasília um polo digital e um polo audiovisual, porque o jovem está muito inteirado na tecnologia.

“Estou ciente de que precisamos fazer um trabalho não só para empregar os jovens, mas que eles também se sintam valorizados dentro de Brasília, para que eles fiquem aqui e façam a cidade crescer, e não para levarem o talento deles para outros estados ou países. O desafio é esse”, finaliza.