sexta-feira, abril 19, 2024
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Sistema Corumbá entra em operação

Foto: DFN

Idealizado no início dos anos 2000, pelo ex-governador Joaquim Roriz, sistema hídrico foi inaugurado nesta quarta-feira e fornecerá água para mais de um milhão de pessoas

A história do Sistema Produtor Corumbá começou muito antes do lançamento dos primeiros estudos para a construção da usina que aumentaria a capacidade de abastecimento hídrico do Distrito Federal e de Goiás, em 2006.

Visão do projeto foi do ex-governador Joaquim Roriz, que em 2000 decidiu retirar do Lago Corumbá os recursos para abastecer o DF. Já em 2004, Roriz anunciou a construção da barragem de Corumbá IV, que, segundo ele, garantiria o abastecimento de água para a capital federal pelos próximos 100 anos.

De lá para cá foram várias interrupções, suspeitas de irregularidades e inaugurações fantasmas, já que o sistema não entrava em operação de fato.

Mas na manhã desta quarta-feira (6), o Sistema Produtor Corumbá entrou em operação pelas mãos dos governadores Ibaneis Rocha, do Distrito Federal e Ronaldo Caiado, de Goiás. De acordo com o governo, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas nas duas unidades da federação serão beneficiadas com o empreendimento que vai garantir o abastecimento por pelo menos mais 30 anos.

Os investimentos foram na ordem de R$ 500 milhões e mais de dez anos para a conclusão dos trabalhos.

A partir de agora, cerca de meio milhão de pessoas que moram no Gama, Recanto das Emas, Santa Maria e Riacho Fundo II serão atendidas diretamente pelo novo sistema.

Durante seu discurso na inauguração, o governador Ibaneis Rocha lembrou a grave crise hídrica enfrentada pelos brasilienses em entre 2017 e 2018 e disse que não queria ser lembrado como o governador que entrega obra sem água.

“O DF passou por uma grande crise hídrica, todos se recordam, e o que nós tínhamos naquele tempo era só promessa. Disse à minha equipe que não quero ser o governador que vai entregar a obra sem a água, eu quero a água lá dentro. E agora, juntos, Distrito Federal e Goiás, conseguimos entregar essa obra. Estamos dando o que a população merece: saneamento e água de qualidade”, disse.

“Essa obra já foi inaugurada cinco vezes, mas todas elas sem água. Dessa vez estamos entregando o sistema em operação”, complementou Ibaneis.

A implantação do sistema é resultado de um consórcio que envolve a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Companhia de Saneamento de Goiás S/A (Saneago).

Quando assumiram os governos no DF e em Goiás, Ibaneis Rocha e Ronaldo Caiado encontraram a obra com 56% de execução. Juntas, as unidades da federação aceleraram os trabalhos para que ela fosse entregue com água para a população.

“É um dia de alegria hoje. Fizemos os 44% restantes da obra. Eu sempre digo que só entrego obra completa. E essa é uma obra maiúscula, que traz segurança hídrica”, ressaltou Caiado.

O presidente da Caesb, Pedro Cardoso, avalia que “a sinergia das duas empresas resultou numa obra de grande importância para o Entorno Sul e boa parte do DF”. Segundo o presidente da companhia, tirar a obra do papel foi um grande desafio.

Funcionamento

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Sistema Produtor de Água do Corumbá é um conjunto de obras para captação de água no reservatório de Corumbá IV e distribuição para cidades do DF e Goiás.

A obra reforça e amplia o abastecimento de água tratada nos municípios goianos de Luziânia, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Novo Gama, e da região sul do Distrito Federal, que inclui as cidades de Santa Maria, Gama, Recanto das Emas e Riacho Fundo II, além de áreas em processo de consolidação, como o Setor Habitacional Ponte de Terra e o Setor Meirelles.

 Toda a parcela oeste do DF e a cidade de Águas Lindas de Goiás também serão beneficiadas, com a geração de excedentes no Sistema Descoberto, um dos que atendem ao DF.

O ponto de captação de água no reservatório de Corumbá IV fica no município de Luziânia (GO), sendo a área coberta por um lago de 173 quilômetros quadrados, o equivalente a 22 campos de futebol oficiais, como o do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

A partir desta etapa, a água passa pela Elevatória de Água Bruta, na cidade de Luziânia, e segue caminho, por meio de adutoras, até a Estação de Tratamento de Água Corumbá.

A partir daí, a água é encaminhada por meio de redes de distribuição para os dois estados.