domingo, dezembro 8, 2024
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Fitoterapia para pacientes da rede pública

Foto: Sandro Araújo – Agência Saúde DF

A Secretaria de Saúde do DF possui quatro unidades que produzem plantas medicinais utilizadas como complemento no tratamento de pacientes da rede pública

A fitoterapia é uma prática milenar que utiliza as substâncias produzidas naturalmente pelas plantas em tratamentos terapêuticos para o corpo humano. Quando os benefícios relacionados a essas substâncias são comprovados, elas podem ser utilizadas em medicamentos fitoterápicos, manipulados ou industrializados. Além disso, a planta pode ser utilizada in natura, como os chás.

Antes de chegar aos consumidores, os compostos bioativos das plantas passam por um rigoroso processo de testes, análises e acompanhamento das autoridades públicas de saúde para garantir a segurança e o uso adequado das substâncias.

A fitoterapia, aqui no Distrito Federal, também é trabalhada na rede pública de saúde. A Secretaria de Saúde (SES) possui quatro hortos medicinais na rede de unidades da pasta. Foram criados com o objetivo de cultivar plantas que serão utilizadas em procedimentos de saúde, visando agregar fitoterápicos para complementar o tratamento de usuários da rede pública.

Os quatro hortos medicinais funcionam na Unidade Básica de Saúde 1 do Lago Norte, na Casa de Parto (São Sebastião) e nas farmácias vivas do Riacho Fundo e do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina.

“O objetivo dos hortos medicinais é promover bem-estar, educação em saúde, cultura de paz, mas, acima de tudo, poder ofertar plantas medicinais como recursos terapêuticos seguros e saudáveis para melhoria da qualidade de vida da população do Distrito Federal, reforçando nossa defesa pelo Sistema Único de Saúde”, explica o médico de família e comunidade Marcos Trajano, referência técnica distrital (RTD) de fitoterapia.

O cultivo biodinâmico de introduzir plantas medicinais em agroflorestas é o embrião do Programa Distrital de Plantas Medicinais, que visa expandir os hortos medicinais para todas as sete regiões de saúde, com a meta de implantar 15 novos hortos até o fim de 2022. Atualmente, 39 unidades já entraram com o processo para a implantação dos hortos medicinais. Até 2024, a intenção é ter 40 unidades em toda a rede.

De acordo com Trajano, os hortos medicinais da UBS 1 do Lago Norte, do Cerpis de Planaltina e da Casa de Parto oferecem as plantas medicinais cultivadas para os pacientes, a partir de prescrições de profissionais habilitados.

“Aqui podemos indicar uma planta medicinal para o tratamento de determinadas doenças. Às vezes, será mais acessível e eficaz para o paciente fazer o chá de determinada planta, especialmente quando não há disponibilidade de outra opção de remédio. Na Casa de Parto, cultivamos plantas medicinais que auxiliam no processo de recuperação no pós-parto”, exemplifica.

Na UBS 1 do Lago Norte são cultivadas mais de 80 espécies de plantas medicinais diferentes. Além de incentivar serviços ambientais, essa atividade ampliará o conjunto de cultivos no Distrito Federal, promovendo cultura de paz por meio da cooperação entre servidores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o escopo de ofertas da SES.

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é fruto do desenvolvimento tecnológico entre diversos setores da SES, com participação de entidades da sociedade civil, fundações públicas federais, entidades tecnológicas do DF e universidades de outras unidades federativas.

Plantas medicinais

Apesar de agregar as plantas cultivadas nos hortos medicinais em tratamentos de usuários do sistema de saúde, a produção ainda é insuficiente para atender toda a população do DF. Mesmo assim, em três dos quatro hortos é feita a entrega da planta fresca aos próprios usuários, mediante prescrição.

Já a produção de medicamentos fitoterápicos ocorre somente nas farmácias vivas do Riacho Fundo, que distribuem para 25 UBSs, e na do Cerpis de Planaltina, que distribui dentro da Região Norte de Saúde.

A Farmácia Viva do Riacho Fundo tem a capacidade de produção anual de 30 mil medicamentos. Hoje, são utilizadas oito plantas medicinais para a fabricação de 13 fitoterápicos que estão cadastrados na Relação de Medicamentos (Reme). Na do Cerpis, em Planaltina, onde são promovidas atividades educativas abertas à população, além de se cultivar, colher, manipular e distribuir os fitoterápicos, é feita também a entrega de plantas frescas.

Com informações da SES-DF