Onda verde deve voltar às vias do DF
Foto: A. Sabino
Sistema de gerenciamento de semáforos faz falta no DF. Detran estuda implantação de nova sincronização
O trânsito da capital é apontando como um dos maiores causadores de estresse no brasiliense. E não é para menos, no ano de sua inauguração Brasília contava com 140 mil habitantes, hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa é de 3.094.325 habitantes.
Ainda segundo dados do IBGE a quantidade de veículos no Distrito Federal acompanha o crescimento demográfico da cidade. De acordo com o instituto, a frota de veículos é 1.979.698, número que traz como consequência os grandes congestionamentos nas principais vias das regiões administrativas.
Motoristas apontam que medidas poderiam ser adotadas para que houvesse mais fluidez no trânsito, a exemplo da onda verde, nome dado ao sincronismo entre os semáforos em grandes vias. Sistema foi implantado na W3 nos anos setenta e permitia que motoristas parassem apenas no primeiro semáforo, a partir daí todos os demais estariam verdes e o tráfego fluia com maior rapidez, respeitando a velocidade da via.
Para Antônio Filho, empresário, o sistema de sincronização dos semáforos do DF não émais visto e faz falta, principalmente para quem transita nas áreas centrais de Brasília. “O Eixo Monumental é um caos nos horários de pico, principalmente na pista que sobre sentido Estrutural. A quantidade de semáforos é muito grande para um curto espaço e eles não são sincronizados. Quando passamos de um, logo em seguida já paramos novamente porque o sinal já fechou. Isso causa uma irritação tremenda em quem está no volante. Eu tenho certeza de que se a onda verde fosse implantada o fluxo melhoraria muito na região”, aponta.
O administrador Fábio Caetano conta que perde muito tempo na avenida W3 e que situação era diferente anteriormente. “Anos atrás transitar pela W3 Sul não era tão problemático. Se mantivéssemos a velocidade de 60km/h conseguíamos atravessar toda a pista com todos os sinais abertos, era muito rápido. Mas agora se conseguimos passar três sinais abertos é uma vitória, mas isso também só acontece fora dos horários de pico, quanto a quantidade de veículos é bem menor”, conta.
Especialistas alegam que a ineficácia no gerenciamento dos sistemas de semáforos nas vias de grande fluxo causa aumento do tempo de viagem, maior consumo de combustíveis, mais irritação no trânsito, mais emissão de gás carbônico e maior número de colisões.
Além disso, o aumento da quantidade de semáforos não é uma garantia de fluidez no trânsito. Por exemplo, nas proximidades do Setor Bancário Norte o acréscimo de sinais não trouxe melhorias para o trânsito, segundo motoristas. No final início do Pistão Norte, em Taguatinga, um semáforo foi instalado e funcionou por menos de 24 horas por conta dos transtornos que causou aos motoristas.
Novo sistema
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) foi questionado quanto a ausência da onda verde nas principais vias da cidade. Em nota o órgão respondeu que “oDetran-DF estuda a implantação de um novo sistema de monitoramento e gestão do parque semafórico das vias urbanas do DF” e que “de acordo com o estudo técnico mencionado, os novos equipamentos terão comunicação entre si e a central de operação por meio de rede do tipo 4G/5G”.
Além disso, explicou que “os equipamentos dos anos 70 faziam a comunicação com a central de controle por meio de fios e pares metálicos que, com o passar do tempo, foram rompidos e oxidados com as inúmeras obras de manutenção e revitalização na avenida”.
O departamento ressalta que as vias urbanas são as vias de competência do Detran-DF. O Trânsito no DF é dividido entre vias urbanas (vias internas das cidades), rodovias distritais (EPTG, Pistão Sul e Norte, EPDB, EPNB) e rodovias federais (BR-020, BR-040).