quinta-feira, maio 2, 2024
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Máscara inativa vírus como o da Covid-19

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Na última sexta-feira (23), foi encerrada etapa de ensaios clínicos que comprovaram a efetividade da máscara Vesta, que inativa o coronavírus. O equipamento foi utilizado por profissionais do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em Brasília.

O resultado alcançado na etapa de estudos clínicos foi de 99% de eficácia na inativação do vírus da covid-19 (alfacoronavírus e betacoronavírus), vírus influenza e inibição de fungos e bactérias.

Durante a coletiva, a chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Hran, Janine Montefusco explicou que “o primeiro ensaio foi feito com 60 profissionais de saúde e agora, em 2023, com mais 260 profissionais de várias categorias: enfermagem, médica, fisioterapia”. Ela destacou que os colaboradores acharam a máscara confortável e se sentiram mais seguros durante os atendimentos de pacientes de covid-19.

Durante os estudos, os profissionais do Hran foram divididos em vários times e cada um utilizou o equipamento de proteção individual (EPI) por 21 dias consecutivos. A testagem foi feita por meio de questionários e de três exames de RT-PCR (padrão de referência na detecção da covid-19). “O foco do projeto é aumentar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra pandemias. Isso é importante, principalmente, para o profissional da saúde, que muitas vezes se contamina no momento de se paramentar”, avalia Janine.

A iniciativa é resultado de parceria entre governo, centros de pesquisa e setor privado. A tecnologia foi desenvolvida dentro de um projeto ainda maior, Vesta, que é coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), e conta com uma equipe de mais de 100 pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento. 

A máscara, no modelo PFF2 foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já pode ser encontrada à venda.

Tecnologia e baixo custo

Diferente das máscaras N95, a Vesta foi fabricada com tecnologia 100% nacional e possui baixo custo de fabricação. Segundo o professor da UnB e coordenador do ensaio clínico, Rodrigo Luiz Carregaro, a inovação está na aplicação de nanopartículas na parte filtrante, chamada quitosana (material biodegradável polimérico, extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta, que auxilia na filtração e na inativação de antígenos). 

A barreira envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação. Por ser tão pequena quanto ele, a trama – espaços formados entre as fibras, também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do micro-organismo causador da doença.

Além disso, o tecido da Vesta é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus. Este é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas. Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a máscara adequadamente não vai contaminar ninguém, porque o vírus será eliminado. O ideal, porém, é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.

Com informações da SES-DF